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BBB22: Prêmio não muda há 12 anos e vale menos que em 2010

Quantia de R$ 1,5 mi foi paga pela 1ª vez na edição de 2010; para ter mesmo poder de compra da época, prêmio deveria ser de R$ 4,5 milhões

4 fev 2022 - 13h25
(atualizado às 14h27)
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Robôs do BBB
Robôs do BBB
Foto: Divulgação Globo

Apesar de ser o mesmo R$ 1,5 milhão, o prêmio do 'BBB' ganho por Marcelo Dourado, em 2010, não vale tanto quanto o conquistado por Juliette Freire em 2021, nem quanto o que será entregue ao campeão do 'BBB22'. O motivo é bem simples: o poder de compra nos 12 anos que separam as edições.

A premiação dada ao favorito do público saltou de R$ 500 mil em 2002 para R$ 1 milhão em 2004, e chegou a R$ 1,5 milhão em 2010. Desde então, assistimos ao aumento da inflação e desvalorização do real que evidenciam a necessidade de reajuste. 

"Se Dourado comprasse uma casa de R$ 500 mil em 2010, Juliette precisaria de cerca de R$ 3,4 milhões para adquirir o mesmo imóvel hoje", exemplifica Otavio Tranchesi, economista e head de Marketing da Simplic. 

Um dos motivos de os vencedores não terem o mesmo potencial de compra é a inflação. Muitas vezes visto como o "vilão" da economia,  a inflação representa a variação média no preço de todas as coisas que consumimos - de camarão a gasolina, dos preços mais caros aos mais baratos. Esse índice é mensurado pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) e, junto ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), cria a cesta média dos brasileiros.

Juliette Freire, vencedora do BBB21
Juliette Freire, vencedora do BBB21
Foto: Instagram/ @juliette

Em 2010, primeiro ano em que a Globo entregou prêmio de R$ 1,5 milhão ao campeão do 'Big Brother Brasil', a cesta média do IPCA era mais atrativa e acessível ao brasileiro médio. Isso tornava o montante recebido por Dourado mais rentável do que a mesma quantia recebida por Juliette onze anos depois. 

Se fosse reajustado pelo IPCA, de acordo com economista, o prêmio atual do 'BBB' deveria beirar a quantia de R$ 4,5 milhões. Entretanto, Tranchesi chama atenção para um possível motivo de a emissora não ter mexido no bolso ainda.

"Juliette já monetizou mais do que o próprio prêmio. A verdade é que o prêmio é uma parte pequena do jogo, é só uma compensação por ter participado, pois a Globo tem dado a seus participantes uma plataforma de monetização própria", avalia.

Cadê o poder de compra?

Além da inflação, outros fatores explicam a perda do poder de compra com o prêmio atualmente. Otávio Tranchesi, economista e head de Marketing da Simplic, cita a desvalorização do real, a maneira como o governo lida com suas finanças e a importação de produtos.

Do ponto de vista do Estado, a impressão de cada vez mais dinheiro leva à perda do valor da moeda. Esse artifício, usado para arcar com as despesas públicas, afeta a inflação no curto prazo. 

Já no caso do dólar, quanto mais valorizado ante o real, mais caro ficam os produtos importados ou que são produzidos a partir de componentes vindos de fora do Brasil. O preço da gasolina, fixado de acordo com o mercado internacional, é um exemplo emblemático dessa relação.

"É sabido que a Petrobras reajusta o preço de acordo com o valor em dólar. Caso a moeda esteja desvalorizada, isso interfere diretamente no poder aquisitivo do consumidor final", analisa. 

Apesar do cenário econômico parecer pouco positivo para brasileiros médios, Tranchesi pondera que o prêmio de R$ 1,5 milhão do 'BBB22' ainda tem, sim, seu valor. Mas poderia ser melhor para o futuro milionário do reality.

"O prêmio continua valendo bastante, claro, dependendo do que se pretende fazer com ele. Mas, para o brasileiro médio o prêmio perdeu, sim, o poder de compra de maneira significativa", acrescenta. 

Fonte: Redação Terra
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