"Estragos foram imensos", diz adm de Pocah durante o 'BBB'
Especialista em redes sociais lembra estresse e prejuízos financeiros durante os três meses da edição passada do reality
Participar do 'Big Brother Brasil' sem ter alguém para administrar suas redes sociais parece impensável hoje em dia. Desde 2020, quando famosos passaram a ser aceitos no reality, as estratégias midiáticas para cativar o público passaram a ser uma obrigação dos brothers e sisters. Parte dessa exigência é resultado do trabalho pioneiro que Manu Gavassi e sua equipe fizeram naquele ano.
No entanto, ter que gerenciar as repercussões de cada participante ao longo de três meses não é uma tarefa fácil. Adriana Coutinho, especialista em redes sociais e CEO da ACOUT+, viveu isso na pele.
A empresária administrou as redes sociais da cantora Pocah, 15ª eliminada do 'Big Brother Brasil 21'. Adriana define a tarefa como “horrível” e “traumática”. Segundo ela, foram três meses de pressão psicológica, pouco sono e prejuízo financeiro.
"Dinheiro não compra o que eu passei. Os estragos foram imensos", revela.
Em entrevista ao Terra, ela dá detalhes sobre a experiência como administradora de perfis de BBBs. Confira!
Quando começa a rotina do adm?
A rotina de um administrador ou de um escritório especializado, que é meu caso, começa muito antes, efetivamente, do anúncio do participante no 'BBB'. Existe todo um preparo. A gente fica sabendo com uma antecedência, aproximadamente, de 50 dias. Nesse tempo, você precisa montar toda uma estratégia, estudar o DNA digital da participante. No caso da Pocah, eram 28 pessoas cuidando das redes. Essas pessoas eram divididas por redes: tinha o time do TikTok; do Twitter, que eram especialistas nessa rede, do Facebook, do Instagram e outro time, que foi fundamental, que era do WhatsApp, dos grupos responsáveis pelos mutirões. Cada equipe tinha seu coordenador e, com isso, a gente organizava para revezar horários. Eu mesma só dormia 1h30min de noite e 1h30min à tarde, durante três meses. Foi horrível. Foi traumático.
Você oferece seus serviços aos brothers? Como funciona?
A Pocah era minha amiga, ela que me procurou. E como eu conhecia ela, achei que fosse ser mais tranquila. Ela é uma menina super generosa, good vibes, mas quando entrou no reality, tudo mudou. E para nossa incerteza, o jogo dela foi todo aqui fora. Na época, eu prometi a ela o Top 5, então eu trabalhei isso. Dia e noite a gente cativou o público e mostrava tudo que ela tinha feito antes da casa. Para ela chegar lá, foi muito empenho da equipe.
O participante impõe objetivos? Como são trabalhadas as expectativas?
Sim, tudo isso é tratado. Chegamos ao acordo que eu faria de tudo para levá-la ao Top5. A minha meta era que ela fosse à final, mas isso era algo pessoal meu. Falando em meta, nunca foi intenção dela ganhar o programa. Ela sempre dizia: "Prefiro que um pipoca ganhe". Ela falava isso e o universo pegou. Eu sou muito profissional, mas é complicado lidar com expectativas, aquilo é um jogo. Eu coloquei em risco até a minha carreira para ela chegar ao Top 5. Na época, ela estava no mesmo paredão que o Arthur Picoli, que era parceiro dela dentro da casa, mas eu tive que pedir mutirão contra.
Alguém te procurou esse ano para gerenciar redes?
Sim, três pessoas me procuraram. E o único medo deles é ser cancelado. Mas eu neguei, me revoltei. Não quero saber de amigos no 'BBB'. Dinheiro não compra o que eu passei. Os estragos foram imensos. Eu realmente vivi o reality. Eu abri mão do meu escritório e me dediquei 100% a Pocah.
Quanto ganha um adm por todo esse serviço prestado?
A Pocah pagou um valor simbólico. Na hora de montar as equipes, muita gente foi aparecendo e alguns desses ainda continuam no meu escritório hoje em dia. Mas ela pagou cerca de R$ 18 mil por mês [R$ 72 mil ao todo]. Além desse valor, eu tirei do meu bolso R$ 12 mil por mês [R$ 36 mil no total] durante o reality. Mesmo que pagassem o prêmio adiantado [R$ 1,5 milhão], eu não toparia essa experiência tão cedo.