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Record e SBT são notificadas por pouca representação negra em novelas

MPT já havia notificado Globo após críticas sobre 'Segundo Sol'; órgão recomenda que emissoras realizem ações de inclusão e evitem reproduzir estereótipos

7 jun 2018 - 18h20
(atualizado às 22h09)
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O Grupo de Trabalho de Raça do Ministério Público do Trabalho (MPT) emitiu na última quarta-feira (6) mais duas notificações recomendatórias a emissoras pela falta de representação da população negra nas telenovelas. Desta vez, foram notificados a Record TV e o SBT.

Elenco da nova Carinha de Anjo, exibida pelo SBT
Elenco da nova Carinha de Anjo, exibida pelo SBT
Foto: Divulgação, SBT/Gabriel Cardoso / PureBreak

"O objetivo é valorizar a herança cultural e a participação dos negros na história do país e alterar esterótipos sobre o papel do negro na sociedade", explica a coordenadora nacional de Promoção de Igualdade e Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) do MPT, Valdirene Silva de Assis, que criou o grupo de trabalho de raça.

A primeira emissora a ser notificada foi a Globo, em maio, logo após o início da divulgação da novela Segundo Sol, que, apesar de ser ambientada na Bahia - estado com maior número de negros no Brasil -, conta com poucas pessoas negras no elenco.

"Recebemos um número significativo de denúncias e, como já era uma de nossas ações previstas para este ano, e porque isso afronta o direito da população negra a ter a sua devida representação, foi feita a recomendação", conta Valdirene, e alerta ainda que não há ingerência na obra. "Não há essa pretensão. A única recomendação é para que as empresas ofereçam oportunidades de empregos para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada qualquer discriminação".

Nas notificações, constam recomendações como "formar um plano de ação que contemple medidas para garantir inclusão e igualdade de oportunidades e remuneração a população negra" e "equidade de raça e etnia nas relações de trabalho", a realização de censo dos trabalhadores das emissoras, "possibilitando a criação de um observatório permanente" e promoção de ações de conscientização internas.

Além disso, recomenda-se evitar "reproduzir situações de representações negativas ou estereótipos da pessoa negra", e incentiva-se a "reconhecer e valorizar a história e a cultura negra em suas formas e existência e resistência".

O grupo se reúne desde o fim de 2017 e tem um diálogo constante com as emissoras e canais televisivos, para que seja observada a diversidade racial em toda a sua programação. Outras emissoras e canais devem ser notificados em breve.

Estadão
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