Recusa de Lula em ir ao SBT e à Record indica mágoa com os donos dos canais
Petista prioriza a neutra Band e a inimiga Globo, que tiveram as melhores audiências de debates no 1º turno
Lula recusou convite para participar de debate a ser promovido por um pool de veículos no estúdio do SBT. O Terra faz parte do grupo.
O evento acontece nesta sexta-feira (21), a partir das 21h30. Com o petista ausente, Jair Bolsonaro será entrevistado por jornalistas.
O desprezo do ex-presidente pode ter relação com o dono do SBT, Silvio Santos, um apoiador eufórico de Jair Bolsonaro.
Desde que foi eleito, o atual ocupante do Palácio do Planalto esteve duas vezes na mansão do apresentador, no Morumbi, em São Paulo.
Um de seus ministros mais influentes, Fábio Faria, das Comunicações, é casado com Patrícia Abravanel, a ‘filha número 4’ de Silvio.
Visto como burocrático, o jornalismo do SBT tem a má fama de evitar críticas a Bolsonaro e seu governo.
O proprietário do SBT se reuniu com o então presidente Lula em Brasília, em 2010.
Foi pedir apoio ao Teleton e uma doação pessoal do petista à campanha que levanta fundos para a AACD.
Em lados opostos no espectro político, o artista de direita e o líder de esquerda nunca tiveram atritos públicos.
A relação de Lula com a Record TV é mais tensa. Em setembro, ele não foi à sabatina no ‘Jornal da Record’.
Seus advogados acionaram o TSE alegando que o canal teria agendado a entrevista propositalmente para uma sexta-feira, dia historicamente de menor audiência.
O dono da emissora, bispo Edir Macedo, líder da Igreja Universal, já foi apoiador de Lula, mas hoje está ao lado de Jair Bolsonaro.
Assim como acontece em relação ao SBT, o jornalismo da Record costuma amenizar notícias desfavoráveis ao atual presidente.
Neste 2º turno, Lula participou do debate na Band e pretende ir ao da Globo, no dia 28.
No 1º turno, foram os canais que tiveram os debates com maior audiência, médias de 13 e 25 pontos no Ibope, respectivamente.