Regina Casé fez de Tina Pepper uma homenagem hilária a Tina Turner em novela
A personagem que imitava o ídolo pop conquistou o público com o bordão “Xô, pobreza”
A morte de Tina Turner, aos 83 anos, após “longa doença” não detalhada, suscita a lembrança de uma divertida personagem da novela ‘Cambalacho’, exibida na Globo em 1986.
Tina Pepper sonhava atingir o estrelato imitando a musa pop. O blog relembrou aquele sucesso na carreira de Regina Casé em post de julho de 2015.
Reproduzo um trecho:
Foi o melhor papel em teledramaturgia de Regina Casé, na época com 32 anos. Um tipo atualíssimo: obcecada por fama, exibicionista até o último fio espetado da peruca e arrogante ao extremo. A personificação das subcelebridades atuais, ávidas por um naco de visibilidade na mídia.
Nascida Albertina Pimenta na periferia de São Paulo, ela sonhava com o estrelato como cantora. Espelhava-se na norte-americana Tina Turner, então no auge da carreira como estrela pop internacional.
Pobretona esnobe, a Tina brasileira trabalhava a contragosto na academia Physical. Sempre achava maneiras de humilhar os colegas e também os vizinhos simplórios. "Xô pobreza!", costumava berrar.
Louca para seduzir homens bonitos e ricos, a destrambelhada aplicava os truques ensinados num tal 'O Livro da Salamandra' para enfeitiçá-los.
Após muitas tentativas, ela enfim consegue o sucesso. A música 'Você me Incendeia' virou hit: "Te quieto, te quiero / Te quiero demás / Você me incendeia / Seu corpo serpenteia / E me deixa lou, lou, louca / Com água na boca". Popular, a personagem cantou até no 'Cassino do Chacrinha'.
Uma cena inesquecível aconteceu na mansão para onde Tina e sua mãe, Lili Bolero (a saudosa e igualmente hilariante Consuelo Leandro), se mudaram ao enriquecerem. Diante do séquito de empregados, Pepper deu ordens sobre o cardápio.
“Imagina se eu, rica, riquíssima, riquérrima, morando nesse castelo, vou comer arroz com feijão e ovo frito… Anota aí: no café da manhã uma coisa leve, uma cascatinha de camarões, uma lagosta grelhada e caviar… Tudo junto na mesa, igual em novela… O que sobrar, joga tudo no lixo, que eu não quero nada amanhecido. Chega de pobreza!”