Repórter com argolas nas orelhas desconstrói imagem rígida
Teo Cury, da CNN Brasil, mostra que acessório antes proibido no visual dos jornalistas de TV não interfere na credibilidade
Repórter da CNN Brasil em Brasília, com foco no noticiário político e da Justiça, Teo Cury usa duas vistosas argolas prateadas nas orelhas, como muitos homens já se apresentavam 2.500 anos antes de Cristo, por status ou como identificação de sua origem tribal.
Parece um detalhe desimportante, mas há relevância. Trata-se de uma quebra de tabu no telejornalismo. Brincos nas orelhas estão fora do código de vestimenta dos jornalistas do sexo masculino que trabalham diante das câmeras de TV.
Aliás, houve um tempo em que até a barba – também usada por Cury – era desaconselhada. Anel? Nem pensar. Pulseira? Jamais. Cabelo com volume? Não.
Na última década, houve uma aceleração da informalidade nas bancadas dos telejornais e também nas regras de figurino dos repórteres. Há maior liberdade.
Nos boletins ao longo da programação da Globo, o jornalista Cauê Fabiano, também adepto de brinco, inovou ao usar camisetas com estampas descontraídas (de bandas, personagens do cinema etc.), que deixam à mostra as tatuagens nos braços.
Outro dia, o correspondente da Globo e GloboNews em Nova York, Jorge Pontual, entrou ao vivo no ‘Jornal Nacional’ vestindo uma blusa de moletom. Inimaginável tempos atrás.
Ainda que um acessório ou uma roupa menos formal possam desviar momentaneamente o olhar do telespectador, em nada comprometem o desempenho e a credibilidade do profissional no vídeo.
O terno continua a ser o ‘uniforme’, porém, cada vez mais, as emissoras estão liberando seus jornalistas a adotar um visual casual. Na GloboNews, por exemplo, o âncora Marcelo Cosme comanda o ‘Em Pauta’ sem gravata. No ‘Live CNN’, da CNN Brasil, o apresentador Daniel Adjuto costuma usar camisa, malha ou tricô.