Repórteres da Band e Globo tiveram maridos assassinados
Habituadas a noticiar casos de violência na TV, Letícia Gil e Beth Lucchesi sentiram na pele a brutalidade do crime
Alguns jornalistas já tiveram a desagradável experiência de virar notícia da pior maneira possível. Na segunda-feira (9), a repórter Letícia Gil, do ‘Brasil Urgente’, da Band, foi citada no jornal em que trabalha em razão do assassinato de seu marido, o professor de jiu-jitsu Luciano Bezerra, baleado em assalto na cidade de São Paulo.
O apresentador José Luiz Datena ficou abatido ao comentar a tragédia. “Tô fazendo o programa chocado”, disse. “O dia fica ruim porque a violência vem muito perto de você. Canso de ouvir as pessoas dizerem: ‘eu vi no programa do Datena e jamais pensei que fosse acontecer comigo’.”
Pré-candidato à Presidência da República pelo PSL, o âncora criticou a política de segurança pública de Jair Bolsonaro. “Nós estamos ao deus-dará. Por que o presidente não discute aí leis mais pesadas que ele prometeu ao Brasil? Por que não usa a base parlamentar que gasta R$ 30 bi com o Centrão para aprovar leis mais pesadas ao invés de fazer desfile de tanque lá em Brasília?”
O triste caso envolvendo Letícia Gil lembra drama semelhante vivido pela repórter Beth Lucchesi, da Globo. Em maio de 2002, seu marido, o comerciante Silvio Gonçalves, foi morto a tiros de fuzil em tentativa de assalto, no Rio. Na época, a jornalista também fazia matérias sobre violência urbana. Destacava-se na cobertura da guerra sangrenta entre quadrilhas nos morros cariocas.