Retrospectiva 2019: Bons produtos atraíram o público nas TVs aberta e fechada
Ótimas séries, como 'Sob Pressão', e programas atraentes como o comandado por Fábio Porchat marcaram o ano
Um ano marcado por muitas perdas, mas também recheado de produções que valeram a pena acompanhar. A TV em 2019 teve seus altos e baixos, acompanhando as mudanças que marcaram o mundo, com a acirrada concorrência entre os canais abertos, os fechados e o todo-poderoso streaming.
Mas vale destacar momentos emocionantes, que nos proporcionaram tamanhas alegrias, como foi comemorar os 90 anos anos de dona Fernanda Montenegro, uma dama das telas e dos palcos. Admirada por seus pares, idolatrada por seus fãs, superou com sua classe e carisma as adversidades, como quando foi destratada por representante da área de cultura do governo atual. Passou por cima, de forma elegante, sem precisar se alterar. Foi defendida pelos que reconhecem seu valor como artista e como mulher, brasileira. Nathalia Timberg, com sua presença altiva, também chegou à marca dos 90 anos, cheia de fibra, referência para os mais jovens e ainda uma atriz na ativa. E o que dizer de Orlando Drummond, o Seu Peru? 100 anos!! Um humorista de primeira linha, que não mais atua, mas que emocionou a todos com sua participação especial na Escolinha do Professor Raimundo. Foi demais!
Senor Abravanel, o Silvio Santos completou seus 89 anos e é outro que não sabe o que é a palavra aposentadoria. O patrão continua trabalhando, no comando do SBT. Mas tem provocado muitas críticas negativas pelo seu modo de agir e a forma de falar, machista e racista são algumas palavras relacionadas ao seu nome, após alguns episódios em seu programa. O mais recente foi quando decidiu que, em um concurso de cantoras, a vencedora seria a sua escolhida e não a do público. Assim, deu o prêmio pela beleza branca da candidata e não à beleza negra da escolhida pelo público. Uma pena ver esse tipo de atitude, deplorável, inaceitável.
Ainda no SBT, a estreia doPrograma da Maísa movimentou a internet e o mercado televisivo. Mostrando domínio de palco, pois o faz desde muito pequena, Maísa Silva tem tudo para chegar ao topo da profissão, mas a atração não entregou tudo que prometeu, ficando aquém do esperado, não tendo muitas opções para participarem do programa. Uma pena, mas vale ainda apostar na menina. Ela tem futuro, falta somente um empurrãozinho a mais.
Data marcante igualmente, os 50 anos da TV Cultura é um marco, mas que já não tem o mesmo brilho que tinha nos seus áureos anos 1990. Mas foi bom para lembrarmos de seus programas que tanto cativaram toda uma geração, como é o caso do emblemático Castelo Rá-Tim-Bum, As Aventuras de Babar, Mundo da Lua, entre tantos outros.
Entre as atrações que marcaram o ano, foi muito bom poder ver na telinha séries nacionais arrebentando em audiência e nas críticas. A recém-terminada Segunda Chamada é o que podemos chamar de uma atração para fazer pensar e querer sair do sofá para fazer alguma coisa também. Que ideia mais oportuna e atual. Contar os dramas vividos por professores e alunos do curso para adultos, que é ministrado na Escola Carolina Maria de Jesus. Tudo tão amarrado, tão emocionante. Bom saber que uma nova temporada virá ano que vem, em mais um ano letivo com personagens habilmente vividos por Paulo Gorgulho, Debora Bloch, Talita Carauta, entre tantos outros nomes.
Mas, antes dessa turma, o plantão médico da série Sob Pressão já havia conquistado o público, não apenas por suas histórias humanas, mas principalmente pelas excelentes atuações, com elenco encabeçado por Marjorie Estiano e Júlio Andrade. Indicada ao Emmy, mas não conquistando a estatueta, Sob Pressão é reconhecidamente uma série das mais fortes, com elementos do nosso dia a dia. Após sucesso expressivo neste ano, produção tem garantida uma quarta temporada.
Entre os fatos marcantes do ano, a morte do apresentador Gugu Liberato foi um desses que fizeram o País parar para acompanhar o desenrolar do drama. Com alguns excessos na cobertura, na luta pela melhor audiência, a morte do apresentador chocou a todos e provou que a figura de Gugu refletia uma parcela expressiva da população.