Rodrigo Rodrigues divertia como repórter de bastidores da TV
Jornalista vitimado pela covid-19 colocava bom humor nas matérias sobre o que acontece atrás das câmeras
Rodrigo Rodrigues começava a gravar com Jô Soares para o Vitrine, da TV Cultura, quando o celular do jornalista tocou. Irreverente, ele atendeu. Era o diretor do programa. Jô pegou o aparelho, conversou com o intrometido e ainda exigiu que aquele trecho de interrupção fizesse parte da edição final da entrevista.
Esse momento descontraído ilustra bem a carreira de Rodrigo Rodrigues na televisão. O jornalista, morto aos 45 anos por complicações decorrentes da covid-19, sempre inseria vivacidade no seu trabalho.
O carioca de sorriso fácil e ágil no improviso fez parte de algumas atrações especializadas em bastidores da mídia. A primeira vez que se destacou foi no comando de boletins do Rock in Rio III, em 2001, no canal de TV interno do festival.
Logo depois recebeu convite para o Vitrine, na época sob o comando de Marcelo Tas. Em 2004 surgiu como repórter do Cor de Rosa, produção vespertina do SBT. Na Band fez matérias para o De Olho nas Estrelas.
Voltou à TV Cultura para ancorar o Vitrine ao lado de Sabrina Parlatore. Na mesma emissora esteve à frente do Cultura Meio-Dia ao lado de Maju Coutinho. Na TV Gazeta de São Paulo comandou duas atrações dedicadas à paixão pela música: Ouça e 5 Discos.
Nos últimos anos, a carreira de Rodrigo Rodrigues estava focada na cobertura do esporte, com passagens por ESPN e Esporte Interativo. Desde janeiro de 2019 fazia parte do elenco do SporTV e apresentava eventualmente o Globo Esporte.
Sua morte entristece o meio televisivo e reforça na imprensa o aspecto da letalidade da covid-19. Uma doença que afeta anônimos e famosos, ricos e pobres, pessoas de todas as ideologias.
Como legado, Rodrigo Rodrigues deixa o alto astral em tudo o que se propôs a fazer diante das câmeras. Não há como lembrar dele sem vê-lo a sorrir.