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Sandra Annenberg e outros famosos cantaram “Lulalá” em 1989

Naquela época, havia forte militância de artistas e jornalistas inspirados pela redemocratização do País.

21 set 2018 - 17h32
(atualizado às 17h32)
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A polarização entre bolsonaristas e os anti-Bolsonaro, e entre lulopetistas e os anti-Lula e anti-PT suscitou a manifestação política de alguns atores, apresentadores e de outras personalidades midiáticas.

Nesta campanha presidencial há mais participação de formadores de opinião do que em eleições anteriores. E isso é positivo.

A maioria dos famosos esconde sua ideologia política por variados medos. Medo de se indispor com a direção da emissora para a qual trabalham (ou desejam trabalhar). Medo da reação violenta de fãs com posição contrária. Medo de não serem convidados para fazer publicidade pela marca que uma posição político-partidária inevitavelmente deixa na imagem da pessoa pública.

A jovem Sandra Annenberg no vídeo da propaganda eleitoral de Lula na TV em 1989
A jovem Sandra Annenberg no vídeo da propaganda eleitoral de Lula na TV em 1989
Foto: Reprodução

Tais medos não deveriam afetar e inibir um cidadão de uma democracia, porém fazem parte do Brasil radicalizado de 2018.

Uma pesquisa no Google e no YouTube revela como era densa a manifestação artística nas primeiras campanhas eleitorais pós-redemocratização.

Nos clipes da música ‘Lulalá’, espécie de hino do PT durante muitos anos, dezenas de artistas cantam a esperança representada pelo sindicalista e então candidato ao Palácio do Planalto.

Em um dos vídeos aparece Sandra Annenberg, com longos cabelos, simulando depositar o voto numa urna e fazendo o ‘L’ de Lula. 

Na época, a atual âncora do ‘Jornal Hoje’ tinha pouco mais de 20 anos e era atriz. Estava no ar na novela ‘Pacto de Sangue’, exibida na faixa das 18h da Globo. Sua entrada no telejornalismo aconteceria dois anos depois, quando estreou na função de ‘garota do tempo’ nos boletins de meteorologia do ‘São Paulo Já’.

Nos Estados Unidos e em vários Países europeus, jornalistas de TV declaram preferência eleitoral sem que isso afete sua credibilidade. Pelo contrário: firmar posição e, ainda assim, exercer o jornalismo imparcial é prova incontestável de profissionalismo e isenção.

No Brasil, infelizmente, os jornalistas que atuam diante das câmeras não têm essa liberdade, ainda que alguns deixem implícito as preferências políticas, especialmente em postagens nas redes sociais. 

Essa ‘mordaça’ deveria ser revista pela cúpula dos canais. Independentemente da posição que ocupa, nenhum jornalista deixa de ser cidadão e eleitor.

(Quem quiser assistir ao vídeo no qual aparecem Sandra Annenberg e dezenas de outros famosos deve pesquisar no YouTube ‘Analfabeto político – Campanha de Lula para presidente, 1989’. O ‘Analfabeto político’ do título refere-se a um texto do dramaturgo alemão Bertolt Brecht a respeito do cidadão que se exime de participar da vida política de seu País.)

Ouça o podcast Terra Entretenimento: 

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