SBT perde mais da metade do público das novelas infantis; veja números
Último sucesso foi em 2018 e, a partir da pandemia, teledramaturgia do canal nunca mais chegou a dois dígitos de audiência
‘A Caverna Encantada’ completa hoje 4 meses no ar. Sua média de audiência é de 4,0 pontos, um pouco abaixo do índice geral da antecessora ‘A Infância de Romeu e Julieta’ (4,3 pontos) e longe dos maiores sucessos da teledramaturgia infantojuvenil do canal.
A fase atual deste perfil de novelas se iniciou em 2012, com a versão nacional de ‘Carrossel’ (média de 12,4 pontos). Na sequência, vieram ‘Chiquititas’ (11,0), ‘Cúmplices de um Resgate (10,9), ‘Carinha de Anjo’ (10,5) e ‘As Aventuras de Poliana’ (11,1).
A perda de público com tramas inéditas começou na pandemia, com ‘Poliana Moça’ registrando 6,2 de média total. Importante ressaltar que houve fuga de telespectadores em outros horários do SBT. Aliás, neste período, a maioria das novelas de Globo e Record também pontuou menos do que o esperado.
Produzir ficção a crianças e pré-adolescentes no horário nobre foi um acerto da emissora do clã Abravanel. Os pais ou responsáveis ganharam uma opção saudável de entretenimento aos filhos e a emissora estimula a formação de nova geração de noveleiros.
Mas o interesse pelo gênero parece cair sem sinal de reação. O acesso cada vez mais fácil a outras fontes de diversão – canais pagos, plataformas de streaming, apps de vídeos etc. – deve ter tirado parcela numerosa da garotada da frente da TV.
Produzir novela própria gera enorme status a um canal, porém, representa um investimento milionário que requer muita publicidade nos intervalos para se pagar. Em fase de ajustes, o SBT terá de decidir se vai continuar a apostar nas tramas açucaradas mesmo com audiência baixa e pouca repercussão ou mudar o estilo de sua dramaturgia.
A emissora já fez novelas de época (‘Éramos Seis’, ‘As Pupilas do Senhor Reitor’, entre outras), remakes de folhetins mexicanos (a exemplo de ‘Pícara Sonhadora’ e ‘Marisol’) e originais contemporâneos (‘Brasileiros e Brasileiras’, ‘Cortina de Vidro’ etc.).
No comando da teledramaturgia, a autora Iris Abravanel, viúva de Silvio Santos, tem o desafio de definir a próxima produção do canal considerando a necessidade urgente de atrair mais público e agradar ao mercado publicitário.