'A Saga Winx' é nova aposta teen cheia de magia da Netflix
Adaptação de 'O Clube das Winx' estreia nesta 6ª, 22, e recria mundo mágico de Alfea que fez a infância das crianças da década 2000
Não é preciso muito tempo para perceber que as fadas de Alfea estão mudadas. Fate: A Saga Winx, adaptação live-action baseada na série animada O Clube das Winx, é direcionada ao público adulto jovem, e desde os primeiros minutos deixa claro com quem está conversando. Aposta em fórmulas que já dão muito certo em produções do gênero, traz referências à cultura pop e diálogos com discussões atualizadas e deixa para trás o público infantil – com algumas alterações polêmicas.
Em Fate: A Saga Winx, acompanhamos a jornada de cinco fadas adolescentes, Bloom (Abigail Cowen), Stella (Hannah van der Westhuysen), Aisha (Precious Mustapha), Terra (Eliot Salt) e Musa (Elisha Applebaum) em Alfea, um internato mágico que fica em um lugar chamado Outro Mundo. Em meio a intrigas, magias e mistérios, as jovens não só estudam para aprender a dominar os seus poderes, mas também enfrentam desafios pessoais e ameaças que são um risco às suas próprias existências.
O Terra assistiu aos três primeiros episódios da série antecipadamente. Confira a seguir o que achamos. O texto contém spoilers.
Fórmula que dá certo
Sex Education, A Barraca do Beijo, Para Todos Os Garotos Que Já Amei e Julie e os Fantasmas. Diferentes histórias e premissas, mas todas produções da Netflix que parecem ter entendido o caminho para se conectar com o seu público. O mesmo pode ser visto na recém-estreada Fate: A Saga Winx.
A série é ambientada em um internato (mágico) e explora temáticas comuns ao seu público. Aceitação, gordofobia, machismo, sexualidade e relacionamentos. É interessante como termos como "mansplaining”, comumente usados no nosso cotidiano “não-mágico”, são adaptados para a série, em um contexto aplicável ao universo em que existe. É uma forma eficiente de criar conexões e também de – por que não? – gerar debates.
Referências à cultura pop
Quem foi criança entre os anos 1990 e 2000 e acompanhou a saga do bruxo mais adorado do mundo até hoje espera pela sua carta-convite de Hogwarts. A influência de Harry Potter é tão significativa que não passou despercebida nem em Alfea. E existem até alguns elementos parecidos que os unem. O fato é que a adaptação live-action faz bom uso de referências à cultura pop atual, adicionando até certa comicidade à trama.
Claro que para quem também foi fã de O Clube das Winx, a adaptação chega cheia de referências. O segredo vai ser saber encontrar a forma para agradar quem segue o desenho desde os anos 2000, e novos espectadores. Em ‘To The Waters and the Wild’, o primeiro episódio da série, a mistura foi interessante. O capítulo introdutório mescla bons trechos descritivos desse novo universo, mas sem ser enfadonho, ao mesmo tempo em que introduz novos elementos do arco narrativo adaptado. Tem uma boa chance de agradar os fãs fiéis, que ficam na torcida para ver a sua história favorita adaptada, e angariar novos admiradores.
Alterações polêmicas
Antes mesmo de estrear, a escalação das fadas de Alfea já geraram descontentamento entre os fãs, mais especificamente com a Terra, que é interpretada por Eliot Salt, e com a Musa, papel de Elisha Applebaum. A principal crítica é sobre o embranquecimento das personagens. No desenho, Terra, que se chama Flora, é de origem latina e é inspirada na cantora Jennifer Lopez. O mesmo acontece com Musa, que na animação é de origem asiática e é inspirada na atriz Lucy Liu, e passa a ter o poder da mente, não dá música.
A alteração das características físicas trouxe novas discussões nos primeiros episódios. A partir do arco narrativo de Terra, por exemplo, a série se propõe a discutir a gordofobia.
Fate: A Saga Winx estreia nesta sexta-feira, 22, com seis episódios na Netflix.