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Sucesso nos anos 1980, 'My Little Pony' volta com espaço para personagens femininas mais fortes

Na releitura feita para o streaming, chamada 'Nova Geração', série infantil é pautada por discussões sobre sororidade

4 out 2021 - 16h34
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Assim como resgatou He-Man e seu inimigo, o Esqueleto, na recente série Mestres do Universo, a Netflix resolveu recauchutar uma outra grife dos anos 1980, também baseada em brinquedos: My Little Pony. Em 1981, a ilustradora Bonnie Zacherle idealizou uma linha de bonecos em formato de cavalos e éguas multicoloridos e dotados de poderes mágicos. Foi uma febre instantânea em toda a indústria do entretenimento, inspirando filmes, séries de TV e HQs, traduzidos aqui como Meu Pequeno Pônei, ora como Meu Querido Pônei. O nome pouco importava para os fãs mirins de heroínas capazes de voar e correr à velocidade da luz. Na releitura feita para o streaming, chamada Nova Geração, o público vai galopar nos cascos de Sunny (uma serelepe criatura com a voz de Vanessa Hudgens) e suas amigas e amigos, entre eles Pipp, interpretada por Sofia Carson. É tarefa dessa dupla restaurar a magia perdida em um reino com cara de algodão-doce chamado Equestria.

"A pauta mais importante da atualidade é a criação de novos espaços para as mulheres e este projeto das pôneis está ligado à busca por personagens femininas fortes, que possam inspirar pessoas", disse Vanessa ao Estadão, ao lado de Sofia, em uma conversa por Zoom, direto de Los Angeles.

"Imagine o quanto as meninas que hoje têm a minha idade teriam conquistado se a gente tivesse tido mais personagens fortes como as nossas heroínas aqui? Teria feito toda a diferença", disse Sofia, dublada no Brasil por Marisol Marcondes.

Victoria Kuhl é a voz nacional de Sunny na produção pilotada por Robert Cullen, José L. Ucha e Mark Fattibene. Para quem tem dente de leite, a narrativa de correrias e superações criada por esse trio de cineastas é um verdadeiro carrossel audiovisual de 90 minutos, pautado por discussões sobre sororidade. Para quem já é mais crescido e curte animação, o barato é a sofisticada direção de arte, que renova a dramaturgia dos contos de fada.

"Cresci fã das princesas da Disney e vejo aqui uma importante aposta na fantasia", diz Vanessa, consagrada na década passada em High School Musical.

Na trama protagonizada pela atriz, o mundo de Equestria perdeu sua magia. Pôneis terrestres, unicórnios e pégasos não são mais amigos e agora vivem separados por espécies, em um conflito que segrega raças. Mas a idealista Sunny (Vanessa) está determinada a encontrar uma maneira de trazer o encantamento e a unidade de volta ao seu mundo. É um enredo bem similar ao que Kevin Smith levou à Netflix, ao retomar He-Man e o Castelo de Grayskull. Mas no seriado Mestres do Universo a briga para se resgatar a fantasia é calcada em adrenalina. Entre os pôneis, a pegada é outra, seguindo um timbre mais doce, em que o foco é o risco da solidão e da perda da solidariedade.

Para salvar sua dimensão, Sunny se alia à garbosa figura de Izzy (Kimiko Glenn) e viaja para terras distantes, onde encontra novas companheiras de jornada: Pégasos Pipp (Sofia Carson) e Zipp (Liza Koshy) e o Hitch (James Marsden).

"É uma história que mexe com nosso imaginário sobre a importância de saber olhar o próximo", disse Sofia, a Evie do sucesso da Disney Descendentes.

Pipp e Sunny dão ao "poneiverso" da Netflix um toque de leveza ao abrirem um debate sobre o quão duro os ritos do amadurecimento podem ser. "A fantasia nos ajuda a lidar com a vida", afirma Vanessa. "Nós duas crescemos com histórias encantadas e é bom ver esse gênero ganhar novos caminhos."

Estadão
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