‘Terra e Paixão’ termina acima de recordes negativos, mas longe da meta
Esticada à exaustão e com muitas mudanças de rota, novela das 21h ressalta dificuldades da Globo com sua teledramaturgia
Após 221 capítulos, recorde de duração desde ‘Senhora do Destino’, de 2004, ‘Terra e Paixão’ chega ao fim nesta sexta-feira (19). Média geral de 26,5 pontos.
Conseguiu superar a antecessora, ‘Travessia’ (24,2 pontos). Deu um fôlego à Globo ao se distanciar do recorde negativo histórico de ‘Um Lugar ao Sol’ (22,3 pontos).
Ficou ligeiramente à frente de ‘Babilônia’ (25,4 pontos), de 2015, considerada a novela mais rejeitada das últimas décadas, não apenas pelo índice baixo, mas principalmente pelas reações raivosas do público, especialmente nas redes sociais.
Curiosamente, um dos elementos salvadores de ‘Terra e Paixão’ – a temática homossexual, representada pelo casal Kelvin e Ramiro – foi o motivo da revolta de telespectadores de ‘Babilônia’, inconformados com os personagens LGBT+ da trama.
Na última década, o melhor resultado na faixa das 21h aconteceu em 2018, com ‘O Outro Lado do Paraíso’, de Walcyr Carrasco, mesmo autor do folhetim que se encerra agora. Marcou 38,2 pontos de média, apenas 5 décimos atrás do fenômeno ‘Avenida Brasil’, de 2012.
O aumento da concorrência, especialmente dos canais pagos e das plataformas de streaming, gerou um choque de realidade na Globo. Aqueles 50 pontos atingidos por ‘Senhora do Destino’ ficaram literalmente no passado.
Hoje, a meta para o principal horário de teledramaturgia da TV são 30 pontos. Em 2022, o remake de ‘Pantanal’ chegou lá. A expectativa é de que a nova versão de ‘Renascer’, no ar a partir de segunda-feira (22), repita o bom desempenho.
Cada ponto aferido pela Kantar Ibope representa 206.674 pessoas na Grande São Paulo, o mercado consumidor mais interessante aos anunciantes que pagam até R$ 900 mil por um comercial de 30 segundos no intervalo da novela das 9.