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Âncora da Globo na Bahia se posiciona contra goleiro Bruno

Principal apresentadora da TV Bahia, Jessica Senra se posicionou contra a contratação do jogador pelo Fluminense de Feira: "Feminicida".

6 jan 2020 - 18h34
(atualizado em 10/1/2020 às 11h20)
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A jornalista Jéssica Senra, principal apresentadora da afiliada da Globo na Bahia, se posicionou contra a posssível contratação do goleiro Bruno pelo time baiano Fluminense de Feira. Durante o Bahia Meio Dia desta segunda-feira (6), a jornalista levantou um debate sobre moral e convocou os ouvintes à reflexão. 

"Desejamos e precisamos que pessoas que cometem crimes tenham a possibilidade de refazer suas vidas, mas diante de um crime tão bárbaro, tão cruel, poderíamos tolerar que o feminicida Bruno voltasse à posição de ídolo? Que mensagem mandaríamos à sociedade? Atletas são referências. Contratar para um time de futebol um assassino, um homem que mandou matar a mãe do seu filho, esquartejar, dar o corpo para os cachorros comerem é um desrespeito. É um desrespeito a nós mulheres", disse a apresentadora. 

A opinião de Jéssica, compartilhada pouco depois em um vídeo em sua conta oficial no Instagram, dividiu a opinião dos seguidores. O usuário Marcos Alvin foi contrário ao pensamento da jornalista. "Todos merecem uma segunda chance. Sei que é difícil em concordar com o absurdo feito por Bruno. Porém só quem pode nos julgar é Deus", escreveu. 

Já a seguidora Nalva Novais se sentiu representada com as palavras ditas pela jornalista baiana, que em 2020 estará na escala de rodízio do Jornal Nacional. "Exelente texto, belas palavras. Chega! vamos dar um basta nesse machismo e ferminicidio. Juntas somos mais fortes", disse ela.

Aos 35 anos, o arqueiro, condenado, em 2013, a 22 anos e três meses de prisão por envolvimento na morte da modelo Eliza Samúdio, negocia com o Fluminense de Feira de Santana para a disputa do campeonato baiano em 2020. 

Foto: RD1

Caso Eliza Samúdio

O desaparecimento da estudante Eliza Samudio, ex-amante do goleiro bruno, foi estopim do que pode ser considerado um dos crimes mais macabros no País. A jovem de 25 anos sumiu em 4 de junho de 2010, enquanto brigava na justiça para que o atleta reconhecesse a paternidade do filho que ela alegava ser dele: Bruninho, então com 4 meses. 

Pouco depois, a polícia recebeu denúncias anônimas que levaram ao paradeiro do bebê e às primeiras pistas de que Eliza teria sido levada para uma propriedade de Bruno, em Minas gerais, e morta com crueldade: após ter sido esquartejada por traficantes a mando do goleiro e dada a cachorros rottweiler, que teriam dilacerado seu corpo, os ossos da modelo foram concretados. 

Segundo o inquérito policial, Eliza foi levada à força do Rio de Janeiro para Minas Gerais, mantida em cativeiro, executada e esquartejada a mando do Bruno.

Veja o vídeo com o posicionamento de Jéssica Senra:

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Eu acredito na recuperação do ser humano. Acredito que a maioria das pessoas merece outras chances depois que comete erros, porque errar é da essência humana. O perdão é um dos sentimentos mais belos que podemos cultivar. Mas perdoar alguém não significa esquecer o que esse alguém fez nem permitir que esse alguém continue em nossa vida. Perdoar e dar uma nova chance não apaga o que foi feito, não se pode fingir que nada aconteceu. Embora juridicamente o cumprimento de uma pena libera o condenado para seguir sua vida normalmente, é socialmente que precisamos pensar no que toleramos ou não. Nem tudo é apenas questão de lei. Há comportamentos legais que são imorais. Um condenado pode e deve ser ressocializado. Deve merecer uma segunda chance. Mas penso que, depois de um crime tão perverso, voltar a ser ídolo, a estar numa posição que lhe confere status de ídolo, é bastante questionável. Penso que o feminicida deve voltar ao trabalho, mas não no futebol, não como ídolo. Defendo sua ressocialização, mas longe de qualquer torcida. E isso não é a lei que vai decidir. É a sociedade. E se ele tivesse estuprado um bebê? O que os “fãs” diriam? Lembro que há pouco mais de dois anos, jogadores foram flagrados num vídeo masturbando uns aos outros no vestiário de um clube gaúcho. Os quatro jogadores foram dispensados. Seus nomes, inclusive, foram poupados para evitar que eles fossem banidos do futebol. E é bom que fique bem claro: eles não cometeram crime algum, não fizeram nada contra a vontade de ninguém! Mas, absurdamente, a homossexualidade ainda é intolerável no futebol. Ser feminicida é aceitável? O que você pensa disso? #NãoAoFeminicídio

Uma publicação compartilhada por Jessica Senra (@jessicasenra) em

Fonte: Redação Terra
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