TV de direita? SBT acerta ao buscar figuras polêmicas para ser mais popular
Canal da família Abravanel parece disposto a polemizar para subir no Ibope e ofuscar a concorrência
Rivais na campanha eleitoral à prefeitura de SP, a ponto de um dar uma cadeirada no outro, José Luiz Datena e Pablo Marçal poderão ser colegas no SBT.
O veterano estreou no ‘Tá na Hora’ com sequência inédita de vitórias sobre a Band enquanto o coach tenta a vaga de apresentador na provável volta do ‘Casos de Família’.
A emissora do clã Abravanel testou outra personalidade associada à direita raivosa no espectro político: a funkeira e influenciadora Jojo Todynho.
Caso seja aprovada, ela irá cruzar pelos corredores do canal com sua arqui-inimiga Cariúcha, sucesso no ‘Fofocalizando’ após sair cancelada de 'A Fazenda'.
O SBT está certo em procurar midiáticos polêmicos capazes de atrair a atenção de telespectadores, atiçar as redes sociais e ocupar valioso espaço na imprensa.
Dessa maneira, aumentará a chance de melhorar sua média diária de audiência a fim de tirar da Record a vice-liderança no ranking do Ibope.
Além disso, poderá aumentar o interesse do mercado publicitário em investir nos intervalos e das marcas que fazem ações de merchandising dentro dos programas.
O SBT sempre foi uma emissora popular, com grande influência nas classes C, D e E. Tentou se sofisticar algumas vezes, sem sucesso.
Precisa recuperar sua identidade. Não há razão para ter vergonha das reprises intermináveis do ‘Chaves’, dos dramalhões mexicanos e dos telebarracos.
Para sobreviver enquanto negócio, a TV aberta deve se comunicar com o povão por meio de linguagem simples, emocional e com humor.
Veja o mau exemplo da Globo: quis requintar suas novelas e gerou rejeição. O público deseja entretenimento de fácil consumo que o faça fugir da realidade aflitiva.
As experimentações de formato e estética são mais adequadas aos canais da TV paga e às plataformas de streaming.
A cúpula do SBT não pode também temer críticas por supostamente levar a emissora à direita e ao campo dos evangélicos. Toda emissora tem dono, e todo dono cultiva ideologias.
Defender crenças e ideias não configura pecado. O que não pode, por questão ética, é usar a programação para atacar ou desprezar quem pensa diferente.