Vida de ‘La La Land’: Felipe Mafra entre a música e o teatro
Cantor e ator relata as alegrias e dificuldades de viver de arte no Brasil
No início de agosto, Felipe Mafra recebeu fãs e amigos no Teatro Porto Seguro, em São Paulo, para a estreia do show ‘Nas Trilhas Sonoras’.
O repertório incluiu canções reconhecíveis já nos primeiros acordes, como ‘Pretty Woman’, do romântico ‘Uma Linda Mulher’ (1990), com Julia Roberts e Richard Gere, e ‘Maniac’, do contagiante ‘Flashdance – Em Ritmo de Embalo’ (1993), com Jennifer Beals.
“São músicas que eu carrego comigo num lugar especial. De alguma maneira entraram na minha vida, e na de muita gente, e nunca mais saíram”, explica o artista de 35 anos.
Provocado a posicionar sua carreira no cenário musical atual, Felipe Mafra demonstra desprendimento ao não exagerar nas expectativas.
“Acho difícil entender como funciona o próprio mercado com tantas mudanças políticas e culturais ocorrendo a cada minuto no País”, contextualiza.
“O trabalho autoral foi sempre o que me movimentou. Não me preocupo com números e tendências. Deixo acontecer e me divirto no caminho.”
Mafra era diretor de arte e trabalhava em Cannes, na França (onde acontece o famoso festival de cinema e o não menos prestigiado prêmio de publicidade), quando montou uma banda de rock. Nascia ali sua trajetória nos palcos.
A projeção aconteceu em 2009, quando compôs ‘Capricho do Destino’, música-tema do programa ‘Temporada de Moda Capricho’, do canal Boomerang.
Desde então, divide-se entre a música – lançou o EP ‘Felipe Mafra’ e os álbuns ‘Pensamento Inverso’ e ‘Beat Sem Fim’ (disponível em plataformas digitais e no Spotify) – e a atuação.
Recentemente foi destaque na versão brasileira do musical ‘Rocky Horror Show’, dos aclamados diretores Charles Möeller e Cláudio Botelho.
Antes, fez parte do elenco de ’33 Variações’, espetáculo a respeito do compositor Beethoven, com Nathália Timberg e Wolf Maya.
“Como ator, sou um bebê maduro. Estudei dança, sapateado, arte cênica, música e agora voltei a fazer atuação para TV. Estou preparado para os desafios”, avisa.
No momento, ele segue a rotina de milhares de outros jovens artistas: testes e mais testes. “Para peças, musicais, propaganda. É vida de ‘La La Land’”, brinca, referindo-se ao musical ganhador de seis Oscars, no qual é retratada a dura rotina de atores e cantores em busca de trabalho e reconhecimento.
Pingue-pongue:
A música de sua vida: ‘Battle Born’ (The Killers).
Uma canção de amor: ‘Falling Slowly’, do musical ‘Once’.
Um hit para dançar: ‘Uptown Funk’, de Mark Ronson, com Bruno Mars.
Trilha de fim de amor: ‘What It Takes’ (Aerosmith).
Inspirações para compor: Glen Hansard, Brandon Flowers, Lenine.
Uma banda: The Killers.