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Vídeo de entrevista interrompida por crianças alivia o caos

Cena abafa o cyber stress corriqueiro e humaniza o telejornalismo

12 mar 2017 - 11h39
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Na home de qualquer portal de notícias há uma overdose de negatividade: manchetes sobre violência, corrupção, crise econômica, catástrofes naturais, doenças escabrosas.

Aí, de repente, surge uma imagem ‘fofa’ capaz de despertar sentimentos positivos às vezes poucos praticados.

Duas crianças buscam a companhia do pai sem ter a noção de que atrapalham uma transmissão ao vivo que ele faz para a BBC, uma das mais respeitas emissoras jornalísticas do planeta.

A entrevista a respeito da ameaça bélica representada pela Coreia do Norte passa a não ter nenhuma importância diante de uma cena doméstica cheia de ternura e humor.

A família Kelly fez milhões de pessoas esquecerem os problemas do mundo por alguns instantes
A família Kelly fez milhões de pessoas esquecerem os problemas do mundo por alguns instantes
Foto: BBC / Reprodução

O pai, constrangido, nem consegue olhar para os filhos. Apenas tenta, desajeitadamente, afastá-los com uma mão. Pede desculpas várias vezes ao âncora e aos telespectadores. No rosto, um sorriso nervoso. O raciocínio – ploft! – se desfaz.

O inusitado vira comédia com a aparição de uma mulher apressada. Ela se joga no chão para agarrar as crianças e, quase inocente, tenta passar despercebida ao tirá-las da sala – e ainda ressurge, afoita, para fechar a porta.

O americano Robert E. Kelly, professor de Ciência Política na Universidade Pusan, na Coreia do Sul, sua mulher, Jung-a Kim, e seus filhos Marion, de 4 anos, e James, 9 meses, protagonizaram involuntariamente o vídeo que já está garantido entre os melhores do ano.

Eles não têm do que se desculpar. Na verdade, prestaram um serviço a quem usa a internet: provocaram risos, gargalhas, emocionaram, suscitaram em pais e mães a vontade de sair correndo para abraçar suas crianças, nos fizeram relembrar a imprevisível e divertida ingenuidade pueril.

Além disso, a trapalhada familiar ressaltou a importância de, tempos em tempos, se desconstruir o telejornalismo. Os âncoras, repórteres e comentaristas tão cerimoniosos diante das câmeras também são pessoas comuns, suscetíveis a gafes, com conflitos e demandas – e filhos encantadores que não estão nem aí para as regras de conduta dos adultos.

Diante de um mundo caótico e da artilharia incessante de informações e ‘verdades alternativas’, precisamos de mais cenas como aquela para desopilar nosso dia a dia.

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