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Vladimir Brichta apoia discussão sobre reforma agrária em "Renascer"

Para o intérprete do Coronel Egídio, parte dos brasileiros "tem uma distorção" sobre o assunto

27 ago 2024 - 07h44
(atualizado às 10h06)
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Foto: Divulgação/Globo / Pipoca Moderna

O ator Vladimir Brichta elogiou as discussões sobre reforma agrária em "Renascer", novela em que interpreta o polêmico Coronel Egídio. A trama reescrita por Bruno Luperi está na reta final e chega ao fim no dia 6 de setembro.

Segundo Brichta, parte dos brasileiros ainda veem o assunto com certa "distorção", embora seja uma pauta de importância mundial. "Se pensarmos na história do nosso país, somos um dos poucos países recentes do planeta que não fizeram reforma agrária. É um tema espinhosíssimo!", avaliou o ator, em conversa com a imprensa nos Estúdios Globo.

"A gente fala e mobiliza uma parte conservadora do nosso país que acha que isso é tomar uma coisa de alguém. Enfim, tem uma distorção… A história do nosso mundo discute a reforma agrária e, de repente, isso tá na novela de uma forma tão integrada. Eu acho muito saudável!".

O ator também descreveu seu personagem como "um vilão que comete maldades, crueldades" e que "tem senso de valor e de justiça torto, corrompido", sendo motivado por exploração da mão de obra de pessoas que vivem em assentamentos agrícolas.

"[O Coronel Egídio] explora a mão de obra, enxerga os assentados, os sem-terra, como pessoas que não são merecedoras de atenção, menos dignas, como sub-humanos… O Tião Galinha [Irandhir Santos], que representa esses assentados, pessoas que querem trabalhar, produzir em terras não produtivas, eu acho uma discussão valiosíssima", comentou Brichta.

Orgulho do projeto

Na entrevista, Vladimir Brichta recordou quando recebeu o convite para estrelar a segunda parte de "Renascer" num papel que pertenceu ao ator Herson Capri, em 1993. O ator confessou que não lembrava muitos detalhes, mas "sabia que era um personagem que como vilão mobiliza bastante as ações da novela".

Brichta ainda disse que tinha altas expectativas com a nova versão do folhetim, algo que se concretizou com o tempo. "Agora, chegando na reta final, eu posso dizer que estou bem feliz e orgulhoso do trabalho coletivo e do meu individual", afirmou o marido de Adriana Esteves.

"A gente está fazendo uma novela muito bonita e comprometida também. […] Ela aborda temáticas ricas e valiosas para a gente em coletividade. Eu sempre repito que novela não tem a obrigação de ocupar esse espaço, mas, eventualmente, ela tem a chance de fazer isso. Estamos aprendendo o tempo inteiro, pensando sobre formas de se relacionar. Não existe uma regra, uma partitura, a gente vai entendendo até onde é respeito, onde permite uma brincadeira, onde está representando o machismo, a misoginia, o racismo", finalizou ele.

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