Você decide: astros banidos da Globo merecem ou não uma segunda chance
José Mayer e Regina formaram um dos principais casais de telenovelas e hoje são ‘personas non gratas’ na emissora
A reapresentação de ‘Mulheres Apaixonadas’ no ‘Vale a Pena Ver de Novo’ reascendeu a tietagem em torno de José Mayer. O perfil do ator no Instagram está repleto de mensagens afetivas.
A maioria lamenta sua demissão da Globo, pede o retorno às novelas e elogia o charme grisalho de seus 74 anos. Em 2017, perto de completar meio século de carreira, ele foi acusado de assédio sexual por uma figurinista da emissora.
A denunciante não quis levar o caso à Justiça. Cancelado, Mayer publicou uma carta pedindo desculpas. Em fevereiro deste ano, fez um raro comentário a respeito do que viveu.
“Eu, que me tornei uma espécie de símbolo do velho homem machista pela repetição de tantos personagens com este perfil, acabei virando um alvo um tanto óbvio, mas concordo que a reconstrução de novos valores da masculinidade é, sim, uma necessidade dos novos tempos”, disse ao programa de Sonia Abrão na RedeTV.
O rótulo de criminoso sexual o tornou malvisto no meio artístico. Ele se isolou com a mulher, a atriz Vera Fajardo, em uma casa em Itatiaia, na Serra Fluminense. Eventualmente, vai ao Rio para o tratamento de uma doença autoimune que afeta os vasos sanguíneos.
O autor Aguinaldo Silva tentou convencer a Globo a recontratar o veterano galã. Não conseguiu. Os dois fizeram parcerias felizes em sucessos como ‘Tieta’, ‘A Indomada’ e ‘Senhora do Destino’.
Após assumir sua culpa e admitir a necessidade de mudanças no comportamento masculino para reforçar o respeito à mulher, José Mayer merece uma segunda chance na TV? Os seis anos de isolamento, sem trabalho, serviram como punição? Ou ele deve continuar desterrado?
Dúvida semelhante envolve Regina Duarte. Tem direito à redenção? Neste mês, a atriz estreou como artista visual com uma exposição de suas telas feitas com flores secas, sementes e outros materiais orgânicos.
A nova carreira preenche o vácuo deixado pela rescisão do contrato com a Globo e a passagem rápida e frustrante pelo governo do então presidente Jair Bolsonaro como secretária de Cultura.
Idolatrada ao longo de décadas, a atriz se tornou uma das celebridades mais desprezadas em seu próprio meio por apoiar as pautas controversas da extrema-direita e propagar desinformação em redes sociais.
Até colegas próximos, como Lima Duarte (com quem fez par romântico em ‘Roque Santeiro’) e Antônio Fagundes (visto ao seu lado em ‘Por Amor’) criticaram os posicionamentos ideológicos da artista.
Mesmo sob pressão, a ex-Namoradinha do Brasil se manteve irredutível. Continua a postar contra a esquerda em geral, a gestão de Lula na Presidência, ações do STF e a propagar o que acredita. “Deus, Pátria, Família e Liberdade. Sempre com Bolsonaro”, diz mensagem incorporada em foto dela em recente postagem.
A televisão deveria separar a atriz e a ativista política para permitir que ela voltasse a interpretar novas personagens em novelas e séries? Ou essa dissociação é impossível? Exilar a artista está correto ou configura intolerância?
Juntos, José Mayer e Regina Duarte atuaram como casal em ‘História de Amor’ e ‘Páginas da Vida’. Eles já trocaram elogios e homenagens no Instagram. Parece existir uma solidariedade mútua pela rejeição pública experimentada por ambos.
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