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Controle cruzado atrapalha siderurgia no Brasil

Segunda, 15 de maio de 2000, 10h49min
O controle acionário cruzado das ex-estatais do setor de ferro e aço do Brasil é um fator que está atrapalhando seu crescimento, diz nesta segunda-feira o jornal britânico Financial Times. "Com investimentos superiores a US$ 10 bilhões desde que foram privatizadas na década de 90, as indústrias de ferro e aço do Brasil avançaram bastante para transformar-se em competidores globais." diz o jornal. "Mas a privatização também deixou a indústria emaranhada numa complexa rede de controles acionários cruzados que vêm reprimindo um crescimento maior e o valor das ações."

A venda fragmentada dos bens das estatais deixou muitas das líderes dos setor sem um acionista majoritário, e com isso um mandato fraco para os administradores. As empresas, em sua maioria, são propriedade de bancos nacionais e internacionais e fundos de investimento. Algumas empresas possuem lotes acionários de seus competidores diretos.

A situação é tão complexa que até analistas do setor não sabem como o nó será desfeito. "É difícil de se prever o que acontecerá, é realmente um enigma", disse ao jornal o analista da Merril Lynch, Thomas Souza.

Segundo o Financial Times, após dois anos de boatos sobre uma consolidação iminente, há cada vez mais indicações de que a reestruturação do setor pode estar próxima. As próprias empresas precisam perceber que sua estrutura acionária enfraquece a administração e reduz o valor das ações.

A Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), maior produtora de aço da América Latina, controla a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), maior produtora de minério de ferro do mundo, apenas com uma participação acionária minoritária. A CVRD, por sua vez, também detém um lote acionário da CSN, além de seus principais competidores CSI, CST e Usiminas. Isso, na realidade, permite à CSN ter acesso "pela porta dos fundos" a informações internas de seus principais competidores, diz o jornal. Além disso, a administração da Vale do Rio Doce é baseada meramente num acordo de acionistas, ao invés de maioria acionária.

"A situação adversa também é uma dor de cabeça para o governo, que está ansioso para vender as ações da CRVD que ainda possui. Numa tentativa de obter um preço melhor para o seu lote acionário, está pressionando os acionistas da CVRD para estabelecer um claro controle da empresa. Isso significa a separação entre a CSN e a CVRD."

Segundo o FT, a pessoa chave nessa separação é Benjamin Steinbruch, cujas aquisições agressivas e acordos acionários argutos o tornaram o "mago" brasileiro do aço. Ele comanda o grupo têxtil Vicunha, a CSN, na qual detém apenas 16,3% das ações, e também a CVRD. Mas no ano passado, com a desvalorização do real, Steinbruch enfrentou problemas financeiros, o que o forçou a negociar com seus credores. Entre eles, o governo e o Bradesco, que é acionista da CSN e da Vale do Rio Doce.

Enquanto essa intrincada negociação está em curso, os investidores estrangeiros também estão se preparando para entrar em ação. A multinacional do setor de aço Arbed, de Luxemburgo, já manifestou repetidamente o seu interesse na CSN, uma das produtoras de aço com menores custos do mundo. A Nippon Steel e vários outros investidores japoneses estariam interessados na Vale do Rio Doce e nas suas vastas reservas de minério de ferro.

"O resultado desse problema de controle das empresas vai determinar o futuro do Brasil como um país competitivo no mercado mundial de aço", disse ao jornal britânico a analista da Morgan Stanley Dean Witter, Hillary Peruzzi.
Agência Estado

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