O setor siderúrgico deve apresentar um crescimento expressivo este ano tanto no mercado nacional como no mercado externo, avaliam especialistas. Prova disso é a informação divulgada pela Usiminas na semana passada, afirmando que o setor cresceu 23% no primeiro trimestre em relação ao mesmo período de 1999.Há um consenso entre os analistas de que está ocorrendo um aumento na demanda mundial de aço com conseqüente elevação dos preços. A analista Cristiane Viana, do Banco Boavista, destaca alguns fatores que favorecem o mercado interno.
Segundo Cristiane, o setor automotivo cresceu 25,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 1999. Estima-se que o crescimento, no ano, será em torno de 15%. Além disso, a analista lembra que o setor de construção civil está em franca ascensão no país, devido à maior quantidade de investimentos em infra-estrutura, especialmente nas áreas de energia e telecomunicações.
Esses fatores favorecem a Usiminas e a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), principais fornecedoras de aço para o setor automobilístico, além da Gerdau e da Belgo Mineira, que atuam no mercado de construção civil.
O analista Rodrigo Marques, do Banco Santander, ressalta os aumentos dos preços do aço tanto no mercado interno quanto externo. No Brasil, CSN e Usiminas já anunciaram aumentos de 12%. No Exterior, o aço subiu de US$ 140 para US$ 200 por tonelada no fim do ano passado. Marques acha que esses preços devem se manter estáveis até 2001.
Cristiane acredita que a Companhia Siderúrgica de Tubarão (CST) será beneficiada pelo crescimento da demanda no mercado externo. A CST possui 20% do mercado mundial de placas de aço e exporta 92% de sua produção. A analista projeta um lucro líquido de R$ 243 milhões para a empresa este ano.
Em 1999, a CST teve um prejuízo de R$ 365 milhões devido à desvalorização cambial, uma vez que a empresa estava endividada em dólar.
A respeito dos preços das ações, os dois analistas concordam que o setor teve um desempenho pouco expressivo no primeiro trimestre deste ano, mas afirmam que as ações estão baratas e prometem boa valorização.
Cristiane projeta para as ações PN da CST um preço-alvo de R$ 38,91 por mil ações, o que corresponde a uma valorização de 53,8% sobre a cotação atual (R$ 25,30).Rodrigo Marques espera um preço-alvo de US$ 25,00 para a mesma ação. Marques faz projeções para CSN, com preço-alvo de US$ 47,00 e para as ações PN da Gerdau, cujo preço-alvo é de US$ 7,40.