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Decisão do Fed vai definir rumo do mercado

Segunda, 15 de maio de 2000, 11h16min
O rumo dos negócios no mercado brasileiro nos próximos dias vai ser diretamente influenciado pelo resultado da reunião de terça-feira do Fed, o banco central americano, e pelo seu impacto em Wall Street. A maioria dos analistas aposta que a instituição vai aumentar as taxas em 0,50 ponto porcentual, abandonando a política de elevações graduais de 0,25 ponto porcentual adotada desde meados de 99. Embora essa alta mais acentuada das taxas já seja esperada pelos especialistas, ainda não se sabe ao certo como o mercado vai reagir. Amanhã será divulgado o índice de preços ao consumidor (CPI) de abril, que pode confirmar - ou não - se a economia americana realmente está vivendo um processo de aceleração da inflação. E os investidores brasileiros não vão ficar de olho apenas no que ocorre na economia mais poderosa do planeta: a atenção dos agentes econômicos também vai estar voltada para a vizinha Argentina, que voltou a preocupar os analistas por conta dos sérios problemas fiscais que vem enfrentando.

A alta mais forte dos juros nos Estados Unidos pode diminuir a liquidez internacional, afetando o fluxo de recursos para países emergentes. A forte queda sofrida pelas ações americanas de tecnologia já diminuiu o apetite por ativos de maior risco, o que explica o recuo dos títulos da dívida externa brasileira, por exemplo. Os C-Bonds, os papéis brasileiros mais negociados, caíram 12,01% de 29 de março até sexta-feira, quando encerraram os negócios cotados por 67,75 centavos de dólar.

Esse aumento da incerteza pressionou o câmbio nas últimas semanas - na sexta-feira, o dólar fechou em R$ 1,837, o nível mais elevado desde 6 de janeiro. Além da instabilidade no mercado americano, os vencimentos mais expressivos de títulos emitidos por empresas brasileiras no exterior empurraram para cima as cotações. E, na semana passada, o velho fantasma da Argentina voltou a assustar o mercado, o que também contribuiu para a alta do dólar. Na sexta-feira, o banco J.P. Morgan reduziu o peso dos títulos da dívida externa argentina na sua recomendação de carteira de investimentos em papéis de países emergentes. Todas essas incertezas podem continuar a pressionar o câmbio nos próximos dias.

O mesmo vale para o investimento em ações. A bolsa paulista já vem sofrendo bastante com a volatilidade em Nova York, e tende a continuar assim. No ano, até abril, a Bovespa registra uma saída de R$ 1,034 bilhão de capital externo. Em virtude da indefinição no quadro internacional, o Ibovespa acumula perda de 15,41% no ano, embora os fundamentos econômicos internos estejam positivos.

A decisão do Fed será fundamental para o Comitê de Política Monetária (Copom) definir os juros brasileiros. O mais provável é que a instituição mantenha os juros em 18,50% ao ano, ainda que o cenário interno esteja favorecendo a queda das taxas. Afinal, a inflação está em níveis muito baixos e as contas públicas estão em ordem, o que abre espaço para a redução dos juros. No entanto, as turbulências no mercado americano e a tendência de que as taxas continuem a subir nos EUA, mesmo depois da reunião de amanhã, devem fazer com que o Copom mantenha o conservadorismo.

O cenário de incerteza levou o Tesouro a adotar uma atitude cautelosa, anunciando que não vai leiloar títulos prefixados no leilão de amanhã. Na semana passada, o governo não aceitou as propostas do mercado pelos papéis prefixados, e não vendeu nenhuma LTN que foi colocada à venda pelo Banco Central (BC), por considerar muito elevadas as taxas exigidas. Pelas LTNs de um ano, as instituições pediram 21,70%, muito acima dos 20,31% exigidos na semana anterior. Segundo analistas, muitas instituições que em março estavam apostando numa queda mais rápida dos juros e tinham muitos títulos prefixados em carteira tiveram perdas expressivas quando as projeções começaram a subir. Com isso, o apetite por papéis prefixados diminuiu bastante, e o mercado passou a pedir prêmios muito elevados para carregá-los. As taxas das operações prefixadas de swap (em que há troca de indexadores), que caíram para 17,50% em março, fecharam sexta-feira em 21,30%. Essas projeções podem continuar em alta, caso o cenário continue conturbado.
O Estado de S. Paulo

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