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'Mestre da Internet' prepara-se para entrar no Brasil

Segunda, 15 de maio de 2000, 13h55min
Masayoshi Son ainda não é tão popular quanto Bill Gates, da Microsoft, ou Fernando Espuelas, do StarMedia, mas tem um título de lhes causar inveja: no mercado financeiro de Wall Street, em Nova York, é chamado de “O Mestre da Internet”. Com razão. Dono do Softbank Technology Venture – um banco de investimentos de risco em tecnologia - ele já apostou dois bilhões e meio de dólares em mais de 100 empresas que se lançaram em negócios na rede, com sucesso: suas ações, juntas, valem hoje cerca de 14 bilhões, dos quais boa parte vai anualmente para o bolso de Son.

O SoftBank é também parceiro de 79% a 86% de grandes sites comerciais da Internet, incluindo os gigantes Yahoo (28%) e ZDNet (85%). E agora vai investir US$ 350 milhões em empresas de Internet na América Latina, em especial do Brasil. “O Son intuiu há algum tempo que a tecnologia ia mudar a cara da economia mundial. E acertou em cheio”, comenta o grego Christos Cotsalkos, que conseguiu US$ 40 milhões de Son para realizar um projeto de e-business.

Mundo Digital - O próximo alvo de Son, um sorridente japonês de 41 anos de idade e um metro meio de altura, é pôr em prática o que ele batizou de “Plano de Negócios para 300 anos”. O primeiro passo já foi dado: o SoftBank se associou à National Association of Securities Dealers (Associação Nacional dos Corretores de Ações) para criar um mercado público de ações, semelhante ao Nasdaq norte-americano, voltado para as emergentes empresas japonesas de tecnologia da informática.

“Estou convicto de que o futuro nos reserva um mundo inteiramente digital que estará interligado pelos meios de comunicação sem fio e no qual viveremos prósperos e felizes. Nesse contexto, o papel da Internet é vital – ela será uma fonte de riqueza”, prevê Son. No caso dele, a Internet já é um manancial de dólares. Com o retorno dos investimentos de risco feitos na rede, Son acumulou uma fortuna pessoal de US$ 6,4 bilhões.

Muito trabalho? Sorte? Qual seria o segredo de seu sucesso? “Não acredito em êxito acidental. Em tudo que faço, além de trabalhar bastante, adiciono um pouco de religião e ciência. Religião porque nada se consegue sem fé; ciência porque na natureza de nosso planeta sempre prevalece a lógica”, ele filosofa.

Dois Heróis - O fascínio de Son para negócios vem desde a adolescência. Aos 16 anos, tinha dois grandes heróis: o capitalismo norte-americano e o empresário Den Fujita, que, paulatinamente, transformou o McDonald’s na maior cadeia de restaurantes do Japão, sem se incomodar com a indignação dos papa e mama-san que o viam como inimigo dos valores ancestrais nipônicos.

Son tanto fez que conseguiu uma entrevista com Fujita. A conselho deste foi para os Estados Unidos, estudar na Universidade da Berkeley, na Califórnia. Aos 19 anos, apaixonado por tecnologia, projetou um tradutor eletrônico portátil, pediu a seus professores que o ajudassem a fazer um protótipo, patenteou o invento e vendeu-o à Sharp por 1 milhão de dólares. Em 1980, aos 23 anos, depois de se formar em engenharia de computação, ele voltou ao Japão e, com parte do dinheiro que recebeu da Sharp, fundou a Soft, uma distribuidora de softwares para PCs e também editora de publicações técnicas sobre informática. Em dez anos a Soft se transformou em líder do mercado.

Na Internet - Em 1994, Son abriu o capital da empresa – na época, vendeu 1,8 milhão de ações a U$22,25 cada uma. E começou então uma alucinante jornada de aquisições: primeiro foi a Comdex, um grupo de comércio de feiras e exposições; depois a Ziff-Davis, editora de revistas de computação; finalmente comprou parte (80%) da Kingston Technology, o maior fabricante de placas de memória do mundo.

Em 1995, Son descobriu a Internet. Por essa época, o comércio eletrônico movimentava uns minguados US$ 300 milhões em comparação com os mais de US$ 150 bilhões atuais e não havia mais do que 177 mil sites (hoje são quase 5 milhões, segundo dados da NetWork Solutions). Foi aí então que Son, de olho no filão de ouro que viria a ser a rede, ampliou a Soft, criando o que hoje é o SoftBank Technology Venture. Seu alvo eram os prestadores de serviço, em especial o Yahoo, que sob o comando do jovem Jerry Yang, despontava como um dos mais promissores mecanismos de busca da Internet. Em um almoço com ele, ofereceu US$ 105 milhões para ficar com 33% do Yahoo.

Mais Conquistas - “Pensamos que ele estivesse louco. A Internet era uma incógnita e ninguém via muito sentido em apostar tanto dinheiro numa empresa que começava suas atividades on-line. Mas Son não queria saber do que era mas do que viria a ser”, lembra Yang. Logo, o Yahoo estaria no topo dos negócios via rede e Son ganharia US$ 400 milhões vendendo 5% de suas quotas. Os 28,65% que lhe restaram valem atualmente US$ 8,4 bilhões.

A fortuna de Son deve crescer mais ainda: recentemente, ele construiu um prédio que ocupa 44 mil metros quadrados de um quarteirão em Mountain View, na Califórnia , e que abrigará de 10 a 15 novas empresas on-line, nas quais ele investiu. No Japão, onde o SoftBank é o parceiro favorito de empresas de alta tecnologia, a Microsoft de Bill Gates introduziu o Carpoint, um serviço on-line de pesquisa, compra e manutenção de carros, e ofereceu participação de 50% a Son. “Há muito o que fazer dentro do plano de 300 anos de Son – a Internet tem mais oportunidades de negócios do que se pode imaginar”, diz Gary Rieschel, ex-executivo da Cisco e da Intel, e agora braço direito de Son na Califórnia.
Agência Estado

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