ECONOMIA
   Últimas     Notícias     Mundo     Brasil     Economia     Esporte     Informática     Revistas




INDICADORES
» Cotação do dólar
» Outros indicadores
BOLSA DE VALORES
» Consulte uma cotação
IBovespa
» Outras bolsas
AGÊNCIAS
» Bloomberg
» Gazeta Mercantil
AGROPECUÁRIO
» Canal Rural
» Negócios Pecuários
ANÁLISE
» Dinheiro
BASTIDORES
» Claudio Humberto
MARKETING
» Venda Mais
» Pensarte
REVISTAS
» Amanhã
» Carta Capital
» Dinheiro Online
SIMULADORES
» Desafio
JORNAIS DA REDE
» Manchetes do dia
PREVISÃO DO TEMPO

» Imagem do satélite
SERVIÇOS
» Agenda
» Cotação de Automóveis
» Empregos
» Horóscopo
» Loterias
» Imposto de Renda
BUSCA
» Busca em notícias
» Busca na Internet

Argentina compromete reativação, diz economista

Segunda, 15 de maio de 2000, 15h09min
O governo argentino cometeu um grave equívoco estratégico para cumprir as metas fiscais do segundo trimestre do ano, acertadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI), disse à Agência Estado o economista Carlos Pérez, da Fundação Capital, um dos mais importantes escritórios de consultoria financeira da Argentina. “Embora louvável, a intenção de fechar as metas com o Fundo fez com que a equipe econômica utilizasse um mecanismo desacertado para não mostrar os desvios fiscais”, disse Pérez, ao se referir ao drástico aumento de 9% para 25% no chamado "antecipo" (pagamento antecipado em quotas mensais) de impostos que as empresas terão de recolher em junho. Para Pérez, essa medida terá, claramente, um efeito contrário à tão esperada reativação econômica.

Com esse “tarifaço”, a equipe do ministro de Economia, José Luis Machinea, espera arrecadar no trimestre pelo menos mais US$ 300 milhões para fechar as contas de abril, maio e junho, período em que o déficit fiscal não deverá passar de US$ 700 milhões. Apenas em abril, no entanto, o saldo negativo do governo praticamente atingiu 90% do déficit programado para o segundo trimestre. “Acho que o governo não levou em consideração a sazonalidade dos meses de maio e junho, quando, por questões de divulgação de balanços, a arrecadação aumenta.” Por isso, explicou o economista da Fundação Capital, o desvio das metas poderia ter sido conduzido com algum toque contábil mais sutil, já utilizado em outras oportunidades e, inclusive, com aval do próprio Fundo porque não tem efeitos negativos entre os agentes econômicos do país.

De acordo com o economista, o tarifaço baixado na quarta-feira da semana passada atenta contra a previsibilidade fiscal das empresas, obrigando-as a recorrer ao mercado financeiro para poder cumprir com suas obrigações. Isso, explicou Pérez, “provocará aumentos nos custos e afetará diretamente a competitividade do setor produtivo, justamente no momento em que o país precisa reativar a sua economia”. Para ele, essa medida, além de traumática para o setor privado, prolonga ainda mais a estagnação econômica. “Não adianta termos pão hoje e fome amanhã”, disse Pérez.

O economista explicou que o governo tinha outras alternativas, razão pela qual a maioria dos economistas independentes não concordou com a decisão da equipe econômica. Entre os mecanismos citados por Pérez estão, por exemplo, a suspensão temporária de pagamentos a fornecedores de serviços. “Não me refiro em nenhum momento aos juros e serviços da dívida argentina, mas apenas à suspensão de pagamentos a fornecedores da administração”, explicou. Outro mecanismo, disse ele, seria a aceleração na troca da dívida pública, que, de alguma forma, tem um ganho contábil que permite ser computado como ingresso fiscal nas contas do país. “Esses mecanismos, embora nada genuínos em termos de engenharia financeira, não têm efeitos negativos sobre os agentes econômicos e muito menos sobre o setor privado, que se sente lesado com o aumento dos impostos”, disse Pérez.
Agência Estado

Volta

 

Copyright© 1996 - 2000 Terra Networks, S.A. Todos os direitos reservados. All rights reserved.