O presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, admitiu hoje que viu com naturalidade, mas sem esconder "uma pequena decepção", a desistência de bancos estrangeiros - Boston, Citibank, Banco Bilbao Vizcaya Argentaria (BBVA) e HSBC - e nacionais, caso do Safra, na disputa pelo Banespa.Segundo ele, teria sido melhor que todos os candidatos participassem do leilão. Mas o presidente do BC, assim como o ministro da Fazenda, Pedro Malan, mostrou-se otimista quanto à relização do leilão na segunda-feira, dia 20, na Bolsa de Valores do Rio de Janeiro.
Fraga afirmou que nem mesmo a possibilidade de liminares assusta o BC, que trabalha intensamente para evitar o adiamento. "Estou mais do que convicto de que adiar é custoso para toda a sociedade", declarou.
O ministro da Fazenda disse que o Tribunal de Contas da União atestou "a lisura do processo". Malan ressaltou que o preço definido para o leilão é o preço mínimo e não máximo.
Sobre a desistência de participantes do leilão, Malan acrescentou que na privatização do Banestado eram apenas três participantes e o ágio superou 300%. Na opinião de Armínio Fraga a presença de quatro bancos também pode garantir um bom resultado. "O Banestado tinha três interessados e foi um sucesso." Ele admitiu que poderá haver demissões no Banespa, mas lembrou que este fato precisa ser olhado do ponto de vista mais amplo, pelos benefícios que a privatização vai trazer para a sociedade.