Segunda, 20 de novembro de 2000, 17h38min
As entidades de classe que representam os funcionários do Banespa planejam complicar a vida do novo controlador da instituição, o Banco Santander, inclusive com uma greve, em todas as agências e postos de atendimento, que pode ser deflagrada no próximo dia 28 (terça-feira da semana que vem). Apesar disso, os funcionários do Banespa voltaram ao trabalho na tarde de hoje, depois de terem parado das 9 horas ao meio-dia para acompanhar o leilão e protestar contra a privatização.

A Associação dos Funcionários do Banespa (Afubesp) e o Sindicato dos Funcionários do Banespa pretendem suspender o resultado do leilão. Para tanto, os advogados das entidades devem entrar nos próximos dias com ações na Justiça, o que dará muito trabalho aos advogados da União e do Santander, que contestarão as proposições.

O pedido de suspensão do resultado do leilão já faz parte de todas as ações que estão na Justiça, segundo João Vaccari Neto, presidente do Sindicato dos Funcionários do Banespa. O presidente da Afubesp, Eduardo Rondino, afirmou que os advogados à disposição dos banespianos estarão a postos nos próximos dias tentando, de qualquer maneira, impugnar o resultado da venda. Ele não revelou, porém, quantos são os advogados nem quais serão as estratégias deles.

Mesmo se não conseguir reverter o resultado da privatização, os representantes dos funcionários e os próprios banespianos vão tentar pressionar a nova direção do banco para evitar demissões em massa de funcionários. A principal reivindicação é a garantia do emprego para os 22.511 funcionários. As lideranças classistas ainda não decidiram quanto tempo de estabilidade exigirão do novo controlador (Vacarri chegou a mencionar um período de dois anos). Os banespianos querem ainda a manutenção da rede de agências, do Banesprev (fundo de pensão dos funcionários) e da Cabesp (plano de saúde).

As negociações, segundo Vaccari, devem começar assim que eles souberem "quem é que manda no Santander". "Assim que a gente souber com quem devemos falar, entraremos em contato", afirmou. De acordo com ele, as centrais sindicais da Espanha também serão contatadas para ajudar a pressionar a diretoria do Santander a atender as reivindicações.

Amanhã de manhã acontece uma reunião do Comando Nacional do Banespa para discutir as propostas aprovadas nas assembléias realizadas hoje. Na assembléia que aconteceu ao meio-dia na quadra do sindicato, no Centro, ficou decidido que na quinta-feira haverá nova assembléia para ratificar a paralisação e se ela começa mesmo no dia 28.

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Agência Estado

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