O edifício Altino Arantes, sede do Banespa, marco histórico da cidade de São Paulo e um de seus mais conhecidos cartões postais, passou hoje a ser propriedade espanhola, com a incorporação do banco paulista pelo Santander. O edifício, localizado na rua Doutor Falcão 56, foi construído em 27 de junho de 1947, no local onde havia quatro outros prédios - entre eles o da Santa Casa de Misericórdia -, que foram demolidos. Um ano após sua construção, o Altino Arantes foi considerado a maior estrutura de concreto armado do mundo pela revista francesa "Science et Vie". Durante 20 anos ele foi também o prédio mais alto de São Paulo.
O prédio, que em 53 anos sofreu alterações apenas superficiais em sua fachada, como limpezas, recomposição de trechos, nova iluminação e instalação de um logotipo luminoso no alto da torre, possui 161,22 metros de altura, 35 andares, 14 elevadores, 900 degraus e 1.119 janelas.
Em sua parte interna, no entanto, o prédio passou por várias modificações, que exigiram, em 1990, a elaboração do Projeto de Preservação do Patrimônio Histórico, Arquitetônico e Artístico do Banespa, de responsabilidade do Museu do Banespa. O projeto incluiu o tombamento de algumas áreas do edifício para impedir futuras reformas ou modificações que pudessem alterar suas características originais. As áreas tombadas foram o hall, o saguão da agência central, a caixa forte, o 5º e o 6º andares e a torre, no 35º andar.
O hall e o saguão contam, desde a época de sua construção, com paredes revestidas de planos de mármore; piso de granito polido, esmerilhado e bronze e grades artísticas executadas pela Companhia Brasileira de Construção Fichet e Schwartz-Hautmont. O prédio tem ainda móveis de jacarandá executados pelo Liceu de Artes e Ofícios.
Além de seu valor histórico, a sede do Banespa pode valer mais de R$ 40 milhões, segundo Roberto Capuano, do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de São Paulo.
De acordo com o conselheiro, o preço de mercado do edifício atingiria, no máximo, R$ 25 milhões. "No entanto, para construí-lo atualmente, poderia se gastar quase o dobro desse valor, já que ele contém peças e materiais que custariam uma verdadeira fortuna por serem impossíveis de se reproduzir", disse Capuano.