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Participação do capital estrangeiro já é de 27,8%

Segunda, 20 de novembro de 2000, 21h01min
Com a compra do Banespa pelo Santander, a participação do capital estrangeiro no total de ativos do sistema financeiro brasileiro subiu para 27,88%. Em dezembro de 1995, quando a venda de bancos brasileiros para investidores de fora estava apenas começando, os estrangeiros eram donos de 8,96% de todos os ativos do sistema. Antes da venda do Banespa, a participação dos investidores externos era de 24,34%.

Nas contas da consultoria especializada Austin Asis, com a aquisição do Banespa, os investidores estrangeiros passaram a ser donos de R$ 228,7 bilhões de um total de R$ 820,2 bilhões em ativos. Os dados são dos balanços de julho deste ano, mas foram atualizados com os resultados das privatizações do Banestado e do Banespa. "Esta participação está dentro dos padrões da América Latina, mas é bem mais baixa do que a registrada na Argentina, onde cerca de 80% do sistema está com os estrangeiros", diz o diretor da consultoria Erivelto Rodrigues.

Na profunda reestruturação que tomou conta do mercado brasileiro desde 1994, quem mais perdeu espaço foram os bancos estaduais e federais. No final de 1995, eles detinham nada menos de 52,6% de todos os ativos do sistema. Com a venda do Banespa, sua presença caiu para 37,9%, com uma forte concentração no Banco do Brasil, que ocupa o primeiro lugar no ranking geral. A instituição federal possui 17,6% de todos os ativos do sistema. É seguida pela Caixa, com R$ 124,35 bilhões, ou 15% do total. Esta situação tende a mudar muito pouco no curto prazo. Segundo Rodrigues, as próximas privatizações relevantes entre os bancos públicos devem ser a venda do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) e do Banco Estadual de Santa Catarina (Besc). No mesmo período, os investidores privados nacionais mantiveram quase a mesma presença. Em dezembro de 1995, eles possuiam 30 81% do total de ativos, estimados R$ 498,86 bilhões. Atualmente eles têm uma participação de 31,38% nos ativos totaus de R$ 820 2 bilhões. Mas as mudanças não devem parar por aí. "Todo o banco privado que não for eficiente passa a ser alvo de compra" diz Rodrigues.

Competição - A compra do Banespa pela Santander poderá acirrar a competição entre as instituições financeiras que estão no topo do ranking. O diretor de pesquisa econômica para mercados emergentes do Goldman Sachs, Paulo Leme, diz que a compra do Banespa por uma instituição estrangeira foi positiva porque vai conter o processo de aprofundamento da concentração do mercado de bancos no Brasil, "hoje nas mãos dos dois bancos de varejo locais Bradesco e Itaú". Para Leme, a subida do Santander para o grupo das quatro maiores instituições privadas vai ajudar a equilibrar o mercado. O presidente da Associação Brasileira dos Analistas de Mercado de Capital (Abamec), Antonio Carlos Colangelo, tem opinião parecida. Segundo ele, a "desconcentração" é um fator positivo. "É mais uma grande instituição atuando, o que é saudável", afirma.

O economista-chefe da Associação Brasileira dos Bancos Comerciais (ABBC), Roberto Luis Troster, acredita que o potencial do mercado brasileiro foi um forte atrativo ao Santander. Segundo o economista, atualmente somente 25% da população brasileira tem acesso ao sistema bancário. Além disso, a carteira de crédito do sistema corresponde a 24% do Produto Interno Bruto (PIB). Em outros países, chega a 180%. Há também os spreads elevados cobrados nas linhas de crédito. Na opinião de analistas, nesta condição o Santander/Banespa terá muito espaço para adicionar eficiência aos serviços.

Custos - A expectativa do mercado é que o fortalecimento do Santander provoque uma redução no custo do crédito, já que deverá acirrar a competição entre as instituições financeiras. Para o professor da Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo (USP), Alberto Borges Matias, o Banespa possui pouca exposição ao crédito, o que dá espaço ao Santander promover uma forte expansão. Atualmente, o Banespa possui R$ 29 bilhões em ativos, mas apenas R$ 4 bilhões na sua carteira de crédito, o que significa uma participação de 13,79%. Se a mesma conta for feita para o Bradesco, a participação passa a ser de 38%, já que seus ativos totalizam R$ 92,54 bilhões e sua carteira de crédito é de pouco mais de R$ 35 bilhões. No caso do Itaú, a relação é parecida. Com ativos totais de R$ 63 93 bilhões, possui uma carteira de crédito de R$ 20,8 bilhões, ou uma participação de 32,6%. Nos dois cálculos foram levadas em conta a aquisição do Boavista, pelo Bradesco, e Banestado, pelo Itau.

Mudanças - A venda do Banespa não está encerrando o ciclo de mudanças do sistema financeiro no Brasil. Segundo análise de Rodrigues, da Austin, "toda a instituição privada que não é eficiente pode ser alvo de compra", avisa. Ele diz que, nesta anãlise, o ganho de escala será muito importante. "O novo Santander vai ganhar participação de mercado junto aos seus concorrentes", diz.
Agência Estado

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