O ágio obtido com a venda do Banespa, festejado pelo governo, deve retornar ao Santander na forma de créditos fiscais. " Os técnicos do governo estão comemorando o ágio, mas de acordo com o próprio presidente do Banco Central, isso se trata apenas de um adiantamento de uma receita futura", afirmou Marcelo Terrazas, economista do Dieese.Ele explicou que parte do valor recuperado, cerca de R$ 3 bilhões, são de créditos tributários e cerca de R$ 2,5 bilhões do abatimento do Imposto de Renda da instituição financeira, nos próximos cinco anos. Terrazas e outros economistas do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Sócio Econômicos (Dieese) e da Universidade de Campinas (Unicamp) concluíram que houve uma subavaliação do conglomerado Banespa. "Haverá prejuízos para a União". Os economistas criticaram o relatório técnico do Tribunal de Contas da União (TCU). "Eles assumiram a defesa do relatório do Banco Fator e ignoraram nosso trabalho", disse Terrazas ao se referir ao estudo do Banespa feito pelo Dieese e Unicamp.
"Fica claro também que o TCU se omitiu sobre as divergências entre os relatórios do Banco Fator e a consultoria Booz Allens sobre várias áreas", disse o economista Jorge Gouvêa, do Dieese. Para ele, estas divergências e as falhas constantes nas avaliações do Banco Fator, deveriam levar o TCU a decidir por uma terceira avaliação, além do cancelamento do leilão de privatização. "Eles adotaram uma postura omissa e o País saiu prejudicado."