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2021 será um ano difícil para o Brasil, afirma executivo

Diretor da Eurasia Grou diz que, apesar da expectativa de aprovação das reformas, desafios políticos e sociais serão grandes para governo

13 out 2020 - 05h10
(atualizado às 07h32)
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O cientista político americano Christopher Garman, diretor da Eurasia Group, afirma que o mundo enfrenta uma situação dramática por causa da pandemia. Na análise dele, trata-se do maior choque geopolítico desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pessoas caminham em rua de comércio popular em São Paulo, em meio à pandemia de coronavírus
15/07/2020
REUTERS/Amanda Perobelli
Pessoas caminham em rua de comércio popular em São Paulo, em meio à pandemia de coronavírus 15/07/2020 REUTERS/Amanda Perobelli
Foto: Reuters

O Brasil, diz Garman, entrou nesse turbilhão provocado pelo coronavírus com uma situação fiscal mais precária comparada a outros países emergentes. "A relação dívida bruta e PIB (Produto Interno Bruto), em 78%, era razoavelmente alta. Além disso, o estímulo fiscal oferecido pelo País, de 8% do PIB, para enfrentar a pandemia também foi mais generoso em relação aos seus pares emergentes."

Na avaliação do executivo, um dos pontos mais importantes neste momento é conseguir decifrar os ruídos políticos vindos de Brasília nas últimas semanas, principalmente os relacionados a medidas que vão contra o ajuste fiscal. "A despeito de tudo isso, nossa análise é de que o risco de uma guinada populista vinda de Brasília, mais ainda do que a saída do ministro Paulo Guedes, é muito baixo", diz o cientista político.

Isso não significa, entretanto, que políticas como a que segura os gastos do governo vão ser plenamente mantidas. "Sobre o teto de gastos, nossa avaliação é que haverá um acordo intertemporal", afirma Garman. Ou seja, algum grau de flexibilização poderia ocorrer em troca dos avanços de algumas das reformas defendidas pelo Executivo.

Do lado específico dessas reformas, o cenário é positivo na visão do time de analistas coordenado por Garman, que participou do Summit Imobiliário 2020. "A agenda é promissora, sendo liderada pela reforma tributária, que tem condições inéditas de ser aprovada no Congresso."

Apesar de uma análise até certo ponto positiva sobre os obstáculos impostos ao governo federal, principalmente por causa da possibilidade de reformas importantes para o País e pela manutenção de uma certa responsabilidade fiscal, Garman ainda vê muitas nuvens pesadas no horizonte de curto e médio prazos. "O ano de 2021 no Brasil será muito difícil, tanto em termos de desafios políticos quanto sociais", afirma.

Ano difícil

As eleições americanas, segundo ele, podem complicar ainda mais a administração de Bolsonaro em 2021. "A questão ambiental pode se tornar o grande calcanhar de aquiles do governo, ainda mais se Joe Biden ganhar as eleições americanas. Ele vai abraçar a pauta ambiental de uma maneira muito forte para também atender à ala mais à esquerda dos democratas."

A pressão ambiental sobre o Brasil poderá vir tanto do lado americano quanto dos europeus, que estão cada vez mais voltados para o caminho da economia de baixo carbono.

'Setor imobiliário não fica no choro', diz governador de SP

O governador João Doria afirmou, na abertura do Summit Imobiliário 2020, que, mesmo com a pandemia, o setor da construção civil criou 50.489 empregos no Estado. "Imagina depois da vacina e da pandemia", completou o governador. Doria elogiou o que chamou de visão liberal do segmento imobiliário. "É um setor que não fica parado. A capacidade que ele tem de inovar e de se reinventar é extraordinária. Um exemplo de política liberal. O setor imobiliário não fica no choro ou na lamentação."

Durante o evento, ele afirmou que a agenda liberal de seu governo vai ser uma das principais alavancas do plano de retomada 2021/2022. Segundo ele, os 62 programas de desestatização que estão sendo preparados pelos secretários têm o potencial de arrecadar R$ 155 bilhões para os cofres estaduais.

Estadão
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