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5 erros na gestão de perdas que acabam com o lucro da sua empresa

Quais erros você comete na gestão de prevenção de perdas e que afetam a margem de lucro da sua empresa?

22 mai 2024 - 06h00
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Resumo
Perdas representam, em média, algo em torno de 2% do faturamento líquido das empresas do varejo, sendo essas perdas combatidas mediante a criação de planos de prevenção, além de melhorias contínuas nos processos.
Anderson Ozawa aponta os erros na gestão de perdas da empresa
Anderson Ozawa aponta os erros na gestão de perdas da empresa
Foto: Divulgação

Em qualquer segmento do varejo, seja ele do tamanho que for, tem as perdas como um grande vilão. Elas representam, em média, algo em torno de 2% sobre o faturamento líquido, mas esse índice pode variar de acordo com o setor. O varejo tradicional supermercadista tem perdas de 2,37%, e as áreas de moda e farma registram, respectivamente, 1,18% e 1,13%, como aponta a Associação Brasileira de Prevenção de Perdas (Abrappe). Em uma operação de milhões, esses números podem chegar a bilhões de reais.  

Para combater as perdas, já se sabe que implantar um bom plano de prevenção de perdas é fundamental. Mas isso vai muito além do simples querer, é preciso ter vontade (a começar pela própria diretoria) para começá-lo. Os resultados, certamente, virão.

Para começar, elenco cinco erros que a maioria das empresas comete e que diminuem a margem de lucro dos negócios.

1. Não conhecer o negócio

Parece óbvio, mas, não é. Diariamente, muitos empresários, executivos, empreendedores e gestores tentam fazer gestão da prevenção de perdas em seus negócios sem conhecer como tudo funciona. É preciso conhecer os detalhes de cada operação, mas, para começar, qual é a proposta de valor que a sua empresa entrega para os clientes. A partir desse ponto, ter uma visão da cadeia de processos de valor que leva a isso.

Uma forma de conhecer o negócio é ter um mapa de processos macro e a descrição de como cada um destes processos contribui para a entrega da proposta de valor da empresa. Conhecendo os processos macro, é possível propor soluções que melhorem a margem, porque fica claro onde estão os pontos críticos de riscos de perdas.

A margem de lucro é uma consequência de uma proposta de valor entregue com excelência e eficiência.

2. Não medir suas perdas

Um jargão do mundo corporativo é que não se gerencia aquilo que não se mede. É importantíssimo a medição das perdas corporativas, sejam de estoque, financeiras, comerciais, legais ou quaisquer um dos oito tipos de perdas que afetam uma empresa.

É inadmissível gerenciar perdas com base em achismos. Quanto melhor o processo de medição delas, quanto melhor a qualidade e maior a acuracidade, mais assertivos serão os planos de ação para gerenciar o negócio. Quando falamos de perdas de estoque é importante destacar que o foco deve ser identificar ao máximo as perdas:

- Quanto maior a participação percentual das perdas identificadas, melhor será o plano de ação para redução das perdas de estoque, porque a(s) causa(s)-raiz(es) fica(m) mais evidente(s).

- Quanto maior a participação percentual das perdas desconhecidas, menos assertivo será o plano de ação para redução das perdas de estoque, porque fica mais difícil identificar a(s) causa(s)-raiz(es).

Uma medição profissional e eficiente das perdas corporativas orienta a empresa a uma gestão de ações que melhorem a margem de lucro dos negócios.

3. Apontar os erros sem indicar soluções

Faz parte do processo de melhoria contínua, identificar inconformidades, mas, sobretudo, propor a reflexão e a análise dos pontos identificados. Para isso, é possível utilizar ferramentas conhecidas como Diagrama de Ishikawa, PDCA, 5W2H, Matriz SWOT e claro, o Pentágono de Perdas.

Apontar o erro por apontar, para indicar o culpado, focar na pessoa, é errado. O correto é focar no processo, e seguir está ordem dos passos para melhoria contínua: Identificação, Padronização, Medição, Análise, Inovação, Engajamento e Feedback.

E assim, a redução e manutenção das perdas corporativas em níveis que melhorem a margem de lucro da empresa se torna possível e profissional.

4. Comprar soluções mágicas

Não existem soluções mágicas! Existem metodologias que levam a um plano estratégico que possui um conjunto de ações que irá melhorar a margem do negócio através da prevenção de perdas. A aplicação de ações que afetem os pilares Pessoas, Processos, Auditoria, Tecnologia e Indicadores levam a uma execução que tem maior probabilidade de êxito.

Ao buscar qualquer tipo de solução, lembre-se sempre de pedir ou calcular o ROI, conhecido como Retorno Sobre Investimento. A fórmula para isso é muito simples: ROI = (ganho obtido – investimento inicial) / investimento inicial. O ganho obtido pode ser estimado para a determinada ação ou solução. Mas, é de suma importância que todo projeto tenha o acompanhamento desse indicador, acompanhado de outros como produtividade, lucratividade, por exemplo, e assim, entenda-se se a solução é eficiente ou não.

5. Tratar a dor sem saber a doença

É como na vida pessoal, se você está com dor de cabeça, não necessariamente a dor está na cabeça! Dor, segundo definições, é “uma sensação desagradável que sinaliza lesões reais ou possíveis”. Enquanto doença é uma “alteração biológica do estado de saúde de um ser (homem, animal etc.), manifestada por um conjunto de sintomas perceptíveis ou não; enfermidade, mal, moléstia.”

Preste atenção nessa parte da definição de doença: manifestada por um conjunto de sintomas perceptíveis ou não. Ou seja, a doença (perdas corporativas) nem sempre se manifestam por sintomas perceptíveis. E, nem sempre a dor indica qual é a doença.

Para tratar a doença (e a dor) é preciso um diagnóstico (avaliação) e a análise de exames (números) para então determinar as possíveis patologias (“pathos” = sofrimento e “logia” = estudo) que então, serão objeto de avaliação para o tratamento correto. Em uma empresa, é a mesma coisa como podem ver.

E agora reflita: quais desses erros você comete na gestão de prevenção de perdas e que afetam a margem de lucro da sua empresa?

(*) Anderson Ozawa é especialista em governança operacional e corporativa, palestrante, consultor, professor da FIA Business School e autor do livro “Pentágono de Perdas: Transformando Perdas em Lucros”. É CEO da AOzawa Consultoria.

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