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72 milhões de brasileiros endividados: como sair do vermelho em 2024?

Especialista explica quais são os melhores caminhos para os endividados quitarem as dívidas

6 ago 2024 - 06h00
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Foto: Adobe Stock

Colocar a vida financeira em dia exige comprometimento e mudança de postura em relação às finanças. Não será exatamente rápido sair das dívidas, mas com um bom planejamento é possível encerrar o ciclo de endividamento.

A falta de planejamento financeiro é um dos grandes responsáveis pelo alto índice de inadimplência no país. De acordo com o último Mapa de Inadimplência e Renegociação de Dívidas do Serasa, o Brasil atingiu 72,5 milhões de famílias endividadas, um total de 44% de lares no país. Já o estado de São Paulo está em 10º lugar no ranking de inadimplentes, batendo 45,8% de devedores, lidera os estados de inadimplência o Rio de Janeiro (54,16%), seguido do Distrito Federal (52,74%).

A professora do curso de Ciências Contábeis da Anhanguera, Valéria Vanessa Eduardo, ressalta que sair das dívidas é tarefa difícil e que exige bastante determinação. “Normalmente a pessoa se torna inadimplente por manter o padrão de consumo e gastos acima de suas capacidades financeiras. Obviamente, existem exceções como gastos inesperados com doença, família, etc, mas em todos os casos, cuidar das contas e honrar seus compromissos é essencial”, explica a docente.

Ainda de acordo com Valéria, o maior vilão do endividamento das famílias são os cartões de crédito. Quando o cliente faz uma compra usando o cartão de crédito e não faz o pagamento total da fatura até o vencimento, a diferença entre o valor total e o que foi efetivamente pago (valor mínimo, por exemplo) se transforma em um empréstimo. Esse empréstimo é chamado de crédito rotativo e possui juros que, geralmente, estão entre os mais altos do mercado. A média de juros do rotativo era de 455% a.a. em 2023, (Banco Central). Em 3 de janeiro de 2024, entraram em vigor, novas regras para o crédito rotativo do cartão de crédito (CMN - Conselho Monetário Nacional). Com essas mudanças, a dívida total (com juros) de quem atrasa a fatura do cartão não pode ultrapassar o dobro do débito original.

Por exemplo, um valor de R$ 1.000,00 no crédito rotativo com juros de 455% a.a., em 12 meses chegava a R$ 5.550,00, com as novas regras, os juros serão de 100% a.a. e em 12 meses o valor a ser pago será de R$ 2.000,00.

Ainda assim, o crédito rotativo continua sendo um “crédito ruim”, com juros muito altos. A partir de 1º de julho de 2024, será possível a portabilidade do saldo devedor (CMN - Conselho Monetário Nacional). Na prática, significa que clientes com dívidas no cartão de crédito poderão fazer a “transferência” gratuita do saldo devedor de uma instituição financeira para outra que ofereça melhores condições de pagamento e juros menores. Juros com cartão de crédito são sempre maiores que qualquer outra operação de crédito.

“Importante destacar que 75% dos brasileiros parcelam suas compras, e o cartão de crédito se tornou uma saída para suprir necessidades básicas. Entretanto, a inadimplência com cartão chega a mais de 50%, evidenciando como altas taxas de juros e inflação afetam significativamente o orçamento das famílias”, completa.

Para evitar o endividamento e alcançar a estabilidade financeira até o final do ano, a especialista sugere algumas estratégias simples e eficazes: relacione todas as dívidas e entre em contato com os credores para negociar os pagamentos, procure feirões que ofereçam descontos de até 99% para renegociar suas dívidas e utilize o 13º salário para amortizar essas pendências. 

“É crucial que o endividado só feche acordos se as condições forem compatíveis com sua realidade financeira. Quebrar o contrato de débito pode levar à perda dos descontos oferecidos, cancelamento da renegociação e retomada de juros”.

Além disso, a professora destaca a importância do autoconhecimento para evitar novas dívidas. Compreender o motivo das compras, evitar compras compulsivas, comparações sociais, materialismo e vulnerabilidade de consumo são fatores cruciais para um melhor controle financeiro. “Para equilibrar a renda, procure destinar 50% para gastos essenciais, como aluguel, alimentação e transporte; 30% para estilo de vida, como academia e lazer; e 20% para pagamento de empréstimos ou investimentos”.

A especialista enfatiza a importância de evitar o uso desordenado do cartão de crédito e recomenda estabelecer objetivos claros, como sair do endividamento, adquirir um imóvel ou fazer uma viagem, para motivar a família a ter maior consciência financeira.

Para evitar novas dívidas, Valéria oferece as seguintes dicas:

• Tenha uma planilha de controle de gastos, incluindo despesas fixas mensais e gastos com cartão de débito.

• Faça uma lista antes de ir ao supermercado, defina uma data fixa para compras mensais e pesquise preços.

• Evite ter muitos cartões de crédito, priorize o pagamento à vista e, se precisar parcelar, escolha o número de parcelas sem juros.

• Opte por um carro mais econômico e faça revisões regularmente para evitar gastos excessivos com reparos.

• Planeje passeios com uma média de gastos prevista e busque opções de lazer gratuitas.

• Adote hábitos de consumo consciente para economizar alimentos, água e energia.

• Ao renovar o contrato de aluguel, proponha uma renegociação ao proprietário e explique sua situação.

• Desconfie de ofertas que são muito boas para ser verdade.

 A especialista aponta ainda que o empréstimo consignado é uma das linhas de crédito mais baratas do mercado, no entanto, o pagamento é automático, por meio de desconto na fonte de renda, por isso, pode originar endividamento, com multas e juros sobre as parcelas em atraso.

“Além disso, há o risco de precisar quitar a dívida de uma vez, em caso de perda de emprego com carteira assinada. As plataformas de apostas on-line são muito acessíveis, e oferecem ganhos rápidos, mas existem evidências que vinculam as apostas a atuação de operadores inescrupulosos, que podem enganar os apostadores e manipular os resultados dos jogos. Nunca use dinheiro destinado a contas essenciais para apostas”, alerta.

Por fim, Valéria aconselha organizar-se para os pagamentos sazonais do primeiro trimestre do ano, como IPTU, IPVA e mensalidades escolares, e utilizar o 13º salário para fazer reservas de emergência com investimentos em renda fixa, se possível. “Seguindo essas orientações, é possível alcançar a tão desejada estabilidade financeira”.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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