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8 das comidas mais caras do mundo

Por serem raros, trabalhosos de obter ou impossíveis de cultivar, alguns destes ingredientes podem ser mais caros do que ouro.

28 ago 2018 - 18h26
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Ostras e caviar estão entre alguns dos ingredientes mais caros da gastronomia
Ostras e caviar estão entre alguns dos ingredientes mais caros da gastronomia
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Existem alimentos e ingredientes que são muito valiosos - alguns chegam até mesmo a superar o ouro.

Mas o que faz seu preço ser tão alto? E será que eles valem o que custam?

A BBC investigou os produtos alimentícios mais caros do mundo. Confira a seguir.

1. Açafrão

Muito valioso, o açafrão também é conhecido como 'ouro vermelho'
Muito valioso, o açafrão também é conhecido como 'ouro vermelho'
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Também conhecido como "ouro vermelho", o açafrão é o pistilo da flor Crocus sativus e é usado para dar uma coloração dourada aos preparos.

O ingrediente supera até mesmo o ouro no preço por peso. Mas por que custa tão caro?

A razão é simples. A flor da qual é obtido só floresce por uma ou duas semanas do ano, no outono. Obtê-lo é trabalhoso: deve ser colhido e processado à mão.

E cada flor tem apenas três pistilos, por isso, é necessário cultivar dois campos de futebol inteiros, ou cerca de 300 mil flores, para conseguir um quilo de açafrão.

2. Caviar

Por ser tão raro, o preço do caviar selvagem vai nas alturas
Por ser tão raro, o preço do caviar selvagem vai nas alturas
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O caviar é a ova em conserva do peixe esturjão e considerado uma das maiores iguarias do mundo.

É complicado de manusear e empacotar - e muito raro.

O caviar mais famoso é o do esturjão-beluga, encontrado no Mar Cáspio e no Mar Negro.

A espécie hoje está ameaçada de extinção e muito poucas de suas ovas podem ser vendidas legalmente.

Leva até dois anos para que o esturjão-beluga atinja a maturidade e comece a produzir caviar, mas o peixe precisa ser morto para que as ovas sejam extraídas.

Ainda mais rara é a ova do esturjão-albino, agora quase extinto em seu habitat natural.

De acordo com o Guinness, o Livro dos Recordes, o caviar mais caro já registrado foi de um esturjão-albino de possivelmente 100 anos de idade, vendido a cerca de US$ 34,5 mil o quilo.

3. Ostras

De abundante a raridade, o preço das ostras aumentou consideravelmente
De abundante a raridade, o preço das ostras aumentou consideravelmente
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Hoje consideradas um luxo, as ostras nem sempre foram uma comida para os mais endinheirados.

No início do século 19, eram tão baratas quanto salgadinhos de batata-frita e um alimento importante na dieta das classes trabalhadoras em regiões costeiras - e tão abundante que eram usadas para reforçar tortas de carne.

Mas a pesca excessiva e a poluição tiveram um efeito catastrófico sobre as ostras, e sua escassez fez elas se valorizarem.

Os preços variam ao redor do mundo, mas, em Londres, por exemplo, um prato com esses moluscos pode custar US$ 65.

No entanto, há sempre alguém disposto a pagar por elas, e, claro, aqueles que acreditam que elas têm propriedades afrodisíacas.

4. Trufas brancas

A trufa branca é o tipo mais raro deste fungo
A trufa branca é o tipo mais raro deste fungo
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

A trufa branca é um dos fungos mais raros e difíceis de encontrar. Cresce apenas na região do Piemonte, no norte da Itália, entre as raízes de determinadas árvores.

São muito mais escassas do que qualquer outro tipo de trufa. Além disso, a variedade branca tem um sabor e aroma especialmente intensos.

Elas não podem ser cultivadas. Ainda que há muito tempo se tente fazer isso, só são encontradas na natureza.

Essa imprevisibilidade, junto com os esforços que as pessoas realizam para localizá-las e colhê-las, fazem com que seu preço seja caro.

O maior valor já pago por uma única trufa branca foi de US$ 330 mil, em 2007, por um exemplar de 1,5 kg.

5. Presunto ibérico

A classificação do presunto ibérico é bastante rigorosa
A classificação do presunto ibérico é bastante rigorosa
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Esse tipo de carne curada é produzido em regiões da Espanha e de Portugal, onde porcos pretos ibéricos (ou porcos que são ao menos 50% ibéricos) vivem em meio ao montado, um ecossistema formado por florestas de azinheiras, sobreiros, carvalhos ou castanheiros.

Os animais vivem em liberdade e têm uma dieta de frutos dessas árvores, conhecidos como bolotas.

A classificação do presunto ibérico é bastante rigorosa: o tipo "pata negra" é considerado o melhor e é produzido a partir de porcos ibéricos de raça pura.

Esse presunto ainda é curado por um período de 36 a 48 meses, em condições especiais.

Segundo o Guinness, o presunto mais caro disponível comercialmente é um pata negra feito a partir de Manchado de Jabugo, uma espécie rara de porco ibérico. A peça do tamanho de uma perna do animal é vendida a US$ 4.080.

6. Carne Wagyu

A carne Wagyu é marmorizada com gordura e muito macia
A carne Wagyu é marmorizada com gordura e muito macia
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Wagyu pode ser traduzido simplesmente como "carne japonesa" e é feita a partir de quatro raças de vacas do Japão.

A carne é intensamente entremeada com gordura, que derrete durante o cozimento e a torna bastante macia, úmida e a faz derreter na boca.

Seus entusiastas comparam sua textura com comer um pedaço macio de peixe.

O seu alto preço se deve ao processo de criação do animal: para ser considerada uma Wagyu, as vacas devem ser criadas e alimentadas segundo regras rígidas, com bezerros recebendo ração especial para garantir que sua carne fique marmorizada com gordura.

O quilo de Kobe beef, um dos tipos dessa carne mais valorizados, chega a custar US$ 640 no Japão

7. Café Kopi Luwak

Os grãos do café Kopi Luwak foram comidos, parcialmente digeridos e depois defecados pelo civeta de palmeira asiática
Os grãos do café Kopi Luwak foram comidos, parcialmente digeridos e depois defecados pelo civeta de palmeira asiática
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

O quilo do café Kopi Luwak é vendido por até US$ 700. Seus grãos foram comidos, parcialmente digeridos e depois defecados pelo civeta de palmeira asiática, um pequeno mamífero carnívoro com pelagem manchada e focinho pontiagudo que vive em palmeiras na Indonésia.

Não parece nada apetitoso, mas é valorizado porque alguns que acreditam que o sabor do café é intensificado pelos ácidos do estômago do animal.

A digestão parcial e a fermentação confeririam ainda algo especial aos grãos antes de serem excretados.

Mas seus críticos dizem que é apenas um chamariz artificial que resulta em um café terrível.

Há um efeito colateral negativo nessa história para o civeta: ele está sendo criado em fazendas, dentro de gaiolas, como ocorre com galinhas, e sendo alimentado a força com grãos de café.

8. Foie gras

A produção do foie gras é uma prática que data do Egito antigo
A produção do foie gras é uma prática que data do Egito antigo
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Foie gras é um patê feito a partir do fígado de patos ou gansos que são engordados para que o órgão atinja até dez vezes seu tamanho normal.

Como resultado, o sabor do patê é intenso, amanteigado e delicado.

Seus fãs pagam um alto preço por eles, mas o preço mais alto quem paga são as aves, que são alimentadas à força com milho por meio de tubos.

É uma prática que data de ao menos 2.500 a.C., quando os egípcios aprenderam que o sabor de aves melhorava quando eram alimentadas desta forma.

Hoje em dia, muitos países têm leis que vetam a prática, além da produção, importação e a venda de foie gras, mas o produto ainda é bastante popular em diversas partes do mundo.

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