91% dos empresários brasileiros preferem democracia como sistema de governo
Pesquisa apontam que 83,7% consideram 'aceitável' ou 'muito aceitável' a existência de divergências políticas
Estudo divulgado nesta terça-feira, 9, aponta que 91% dos empresários brasileiros concordam que a democracia é preferível a qualquer outra forma de governo. A pesquisa Valores Democráticos no Empresariado Brasileiro ouviu 417 pessoas do setor empresarial.
O levantamento foi realizado pela Fundação Tide Setubal e pelo Instituto Sivis e tem como objetivo revelar o grau do setor empresarial com a democracia, bem como mostrar os principais valores, atitudes e comportamentos políticos dos empresários.
O estudo envolveu 417 empresários brasileiros entre os dias 20 de maio e 8 de julho. A amostragem utilizada seguiu a proporção de três variáveis-chave para caracterização das empresas: região do País (Sudeste, Sul, Nordeste e Centro-Oeste + Norte), setor (serviço, comércio e indústria) e tamanho (pequena, média e grande).
Mariana Almeida, economista e superintendente da Fundação, diz que o programa para defesa da democracia foi criado há dois anos, mas ainda não tinha observado o empresariado brasileiro. "Nós queremos saber como estão esses valores democráticos no empresariado."
Questionados sobre a existência de divergências políticas, 83,7% consideram "aceitável" ou "muito aceitável". Com relação à mudança de opinião, 74,1% dos empresários estão "dispostos" ou "muito dispostos" quando confrontados com argumentos convincentes em um debate com adversários políticos. "Querer a democracia e querer eleições significa aceitar a divergência política", afirma a superintendente da Fundação.
Problemas sociais e mídia
Em relação à participação do empresariado na solução de problemas sociais do País, 81,5% concordam totalmente ou em parte que também são responsáveis pela mudança do cenário.
Os empresários também foram questionados se, "em tempos difíceis, a mídia não deveria divulgar notícias que prejudiquem o governo ou os políticos que estiverem tentando melhorar a situação do país, mesmo que tais notícias sejam verdadeiras". A resposta de 65,1%, é de que há discordância em parte ou totalmente da afirmação.
Levando em consideração a aprovação, na Câmara dos Deputados, do projeto de lei que proíbe saídas temporárias de presos, 79,6% dos empresários concordam totalmente ou em parte com a noção de que pessoas aprisionadas também são merecedoras de respeito e dignidade. Ainda nesse contexto, 82,5% da amostra concordou (totalmente ou em parte) que "ninguém deve ser sujeito à tortura, independentemente das circunstâncias".