A aposentadoria dos sonhos precisa de previdência privada?
Acompanhe algumas dicas para você se preparar para uma aposentadoria que atenda suas necessidades
Não é fácil guardar dinheiro para algo que só será usufruído depois de décadas. É difícil deixar de lado o consumismo imediato por um projeto de longo prazo. E é exatamente por isso que a aposentadoria não é um projeto fácil de se administrar.
Quando chega a idade, os problemas de saúde e as limitações são inevitáveis. Para a maioria das pessoas, costuma haver também uma queda significativa na renda e um aumento expressivo nos custos de vida. A Previdência Social, aquela recebida do INSS, não é suficiente para manter o nível de vida dos anos de trabalho. Pior: a cada nova revisão, o tempo necessário para se aposentar aumenta e o valor do benefício pago diminui.
O resultado é que muita gente acaba arrumando um “bico” ou até mesmo voltando ao mercado de trabalho para complementar a sua renda. Para entender melhor como é possível se planejar nesse momento, contamos com a consultoria da Fundación Mapfre, que compartilha dicas de como obter vantagens tributárias e segurança de patrimônio
Previdência privada
É possível planejar uma aposentadoria tranquila quando se tem investimentos em imóveis, ações, fundos e renda fixa. Mas poucos possuem essas opções. Uma alternativa mais apropriada para essa finalidade são os produtos de previdência privada, que gozam de benefícios tributários, além de não fazerem parte do processo de herança.
No Brasil, existem dois tipos distintos de entidades: fechadas e abertas.
Entidades fechadas
As fechadas possuem acesso restrito a determinados grupos de participantes. São patrocinadas ou instituídas por empresas, entes da administração pública e associações profissionais, classistas ou setoriais.
Todos os empregados, servidores e associados podem aderir às modalidades de planos oferecidos. E quais seriam esses planos?
- • Plano de Benefício Definido
Aqui, o valor que será recebido no momento da aposentadoria é estabelecido previamente. As contribuições oscilam conforme as variáveis atuariais e financeiras se alteram. Neste modelo, a maior parte do risco fica por conta da instituição, que pode sofrer grande impacto financeiro nos seus resultados. Por isso, estão em desuso no mercado.
- • Plano de Contribuição Definida
Aqui, o valor é estabelecido no momento da adesão, porém o benefício que será recebido depende da performance e do resultado dos investimentos realizados pelo fundo. O risco é todo do empregado ou associado, que precisa acompanhar a gestão dos recursos para garantir que o seu objetivo será atingido.
E qual seria a vantagem real das entidades fechadas? Basicamente, é a contribuição de valores por parte da instituição patrocinadora/instituidora. Isso ajuda a aumentar o montante investido e, consequentemente, o patrimônio futuro disponível para aposentadoria. Porém, para ter direito as contribuições do patrocinador/instituidor, é necessário observar as regras estabelecidas.
Entidade abertas
Essas podem ser acessadas por todos os interessados em aderir aos planos individuais ou coletivos ofertados. Os principais produtos disponíveis no mercado são o PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e o VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).
No PGBL, o valor das contribuições realizadas no ano pode ser deduzido da base de cálculo do Imposto de Renda até o limite de 12% da renda bruta anual. Para quem declara utilizando o formulário completo e tem imposto a restituir, seria o equivalente a destinar o valor do tributo para a aposentadoria.
Todavia, o IR incide sobre o montante total do benefício pago ou do resgate. Isso aumenta o valor do tributo retido e diminui consideravelmente o valor recebido. Por esse motivo, o produto é mais utilizado como instrumento de planejamento tributário, limitando as contribuições anuais ao percentual que pode ser restituído.
Para o VGBL, não há dedução na declaração do IR, mas a tributação incide somente sobre a rentabilidade da operação. Funcionando como um seguro de pessoas (com cobertura de sobrevivência), oferece diferentes possibilidades de proteção e renda, o que permite ao interessado escolher a opção que melhor atenda suas necessidades.
Estimativa correta de valor
O grande desafio em qualquer um desses casos envolve estimar corretamente o valor necessário para garantir uma aposentadoria tranquila. Isso é feito através de modelos que levam em consideração os fluxos de caixa previstos – receitas e despesas – além de incluir variáveis econômicas, atuariais e probabilísticas.
A complexidade da análise e os investimentos necessários demandam a assessoria de profissionais qualificados. Eles serão capazes de elaborar um planejamento que permita ao interessado construir um patrimônio suficiente para atingir seus objetivos.
Uma coisa é certa: quanto antes começar, melhor!