Ações da Embraer desabam após fracasso em acordo com Boeing
As ações da Embraer despencavam nesta segunda-feira, pressionadas pelo cancelamento do acordo de 4,2 bilhões de dólares para vender sua divisão de aviação comercial para a Boeing no último final de semana.
Os ruídos sobre o fracasso da aguardada transação já rondavam o mercado na sexta-feira, quando fontes afirmaram que as negociações haviam esbarrado em um obstáculo, fazendo os papéis da companhia brasileira encerrem em queda de 10,7%.
Nesta segunda, com o cancelamento da transação oficializado, as ações da empresa chegaram a cair mais de 16% na mínima, sendo negociadas a 6,91 reais, menor valor desde julho de 2009.
Às 15h43, as ações caíam 6,76%, em contraste com o Ibovespa, que subia 3,91%. Em 2020, o papel acumula queda de mais de 60%.
Para o UBS, o cenário já desanimador para empresas do setor, que encaram uma forte queda na demanda por conta da pandemia de coronavírus, é ainda mais desafiador para a Embraer.
Na esteira do fracasso do negócio, a Embraer afirmou que iniciou processo de arbitragem contra a Boeing.
Os desdobramentos da notícia são bastante negativos para a Embraer, que agora se vê sozinha tendo que disputar mercado com outros players atualmente mais bem estruturados, disse Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, em nota.
"Mesmo a companhia negociando um novo acordo com outra empresa à frente, o que também pode implicar em termos menos vantajosos dada a atual conjuntura, a empresa precisará trabalhar sua musculatura de modo a retomar a competitividade de outrora", afirmou.