Ações da Embraer disparam após anúncio de negociação com empresa americana envolvendo 'carro voador'
Papéis da empresa saltaram 15,6% na Bolsa; conversa com a Zanite está relacionada à Eve, subsidiária da brasileira responsável pelo desenvolvimento do eVTOL, mas não foram divulgados detalhes
A Embraer confirmou nesta quinta-feira, 10, que está em negociação com a empresa americana Zanite para combinação de negócios envolvendo a Eve, subsidiária da empresa brasielira responsável pelo desenvolvimento de seu veículo elétrico de pouso e decolagem vertical (ou eVTOL, na sigla em inglês e como é chamado o "carro voador" no mercado aéreo).
Em fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a fabricante brasileira informou que a sua subsidiária iniciou negociações relacionadas a uma possível combinação de negócios, com a Zanite Acquisition Corp., uma companhia de capital aberto dos Estados Unidos com propósito específico para aquisição.
"As negociações com a Zanite estão em curso", disse a empresa, lembrando que não pode prever se a Eve chegará a um acordo definitivo ou quais serão os seus termos.
Depois do anúncio da negociação, as ações da Embraer dispararam na Bolsa brasileira (B3), terminando com salto de 15,61%. Em valor de mercado, a Embraer registrou um ganho de aproximadamente R$ 2 bilhões na sessão de hoje, passando de R$ 12,810 bilhões para R$ 14,809 bilhões.
Segundo uma fonte do mercado, um financiamento extra para a Embreaer seria importante para a empresa tocar o projeto do "carro voador", dado que o endividamento da companhia é alto e a geração de caixa, baixa, por conta da crise decorrente da covid-19.
Em comentário a clientes, os analistas Victor Mizusaki e Pedro Fontana, do Bradesco BBI, avaliaram que a notícia é positiva para a Embraer, já que a fabricante brasileira de aeronaves tem um valor de mercado de US$ 2,5 bilhões e apenas a Eve Urban Air Mobility sozinha poderia atingir um valor de mercado de US$ 2 bilhões.
Recentemente, a Embraer anunciou que recebeu duas encomendas do eVTOL: uma de 50 veículos para a Helisul Aviation, empresa que opera helicópteros na América Latina, e uma de 200 unidades para a Halo, companhia que fornece serviços de helicópteros e mobilidade aérea urbana privada nos Estados Unidos e no Reino Unido. Tanto no caso da Helisul como no da Halo, as entregas devem começar a partir de 2026. /COLABOROU FABIANA HOLTZ