Ações europeias caem com temor sobre promessa de Trump de impor tarifas
As ações europeias caíram em todos os setores, lideradas pelas montadoras de automóveis, conforme a ameaça de imposição de tarifas por parte de Donald Trump sobre os maiores parceiros comerciais dos Estados Unidos gera preocupações sobre uma possível guerra comercial global.
Presidente eleito dos EUA, Trump assume o cargo em 20 de janeiro e planeja impor uma tarifa de 25% sobre as importações do Canadá e do México, além de "uma tarifa adicional de 10%, acima de quaisquer tarifas adicionais" sobre a China.
Isso prejudicou o humor positivo do mercado na véspera, após a indicação de Scott Bessent como secretário do Tesouro dos EUA. O dólar subia nesta terça-feira, enquanto os mercados acionários globais caíam. [MKTS/GLOB]
"Já vimos esse filme antes, e ele será uma ferramenta de negociação, mas não podemos descartá-lo totalmente porque, desta vez, Trump tem total apoio de ambas as casas" do Congresso dos EUA, disse Chris Beauchamp, analista-chefe de mercado do IG Group.
"Investidores aprenderam algo com o passado e pular como um gato assustado a cada manchete sobre Trump não será a maneira de superar isso."
O índice pan-europeu STOXX 600 fechou em queda de 0,57%, a 505,90 pontos, e interrompeu uma sequência de três dias de ganhos, com preocupações sobre as tarifas que estão reestabelecendo a inflação global e pesando sobre a flexibilização da política monetária também prejudicando o humor de investidores.
As ações expostas à China foram as mais afetadas no índice.
O setor automotivo, que deve estar entre os mais atingidos pelas tarifas de Trump, caiu 1,6%, com Stellantis e Volkswagen entre os piores desempenhos, com queda de 4,8% e 2,4%, respectivamente.
O varejo e as mineradoras foram alguns dos outros setores mais afetados, com queda de 1% e 1,9%, respectivamente. Mas mineradoras foram afetadas pelos preços fracos dos metais. [MET/L]
Formuladores de política monetária do Banco Central Europeu também estão preocupados com as tarifas de Trump.
O impulso das ações europeias tem estagnado nos estágios finais do ano, à medida que investidores lidam com o provável impacto das tarifas comerciais, a queda dos gastos chineses e o aumento das tensões geopolíticas, entre outros fatores.
Depois de atingir recordes anteriormente em 2024, o STOXX 600 tem alta de apenas 6% este ano, muito atrás dos ganhos de mais de 25% do índice S&P 500 dos EUA.
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 0,40%, a 8.258,61 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 0,56%, a 19.295,98 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 0,87%, a 7.194,51 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 0,78%, a 33.167,64 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 0,80%, a 11.617,90 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 0,36%, a 6.415,40 pontos.