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Advogados dos Estados Unidos já preparam ações contra a Vale

Pelo menos quatro escritórios anunciaram ações coletivas para indenizar acionistas por perdas; Fitch rebaixou nota da mineradora

29 jan 2019 - 00h25
(atualizado às 07h57)
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Pelo menos quatro escritórios americanos de advocacia anunciaram a intenção de ingressar na Justiça dos Estados Unidos com ações coletivas contra a Vale. Os processos vão buscar a reparação das perdas causadas aos investidores pelo acidente com a barragem da mineradora em Brumadinho (MG), na sexta-feira.

Os escritórios Rosen Law Firm, de Nova York; The Schall Law Firm; de Los Angeles; e Wolf Popper e Bronstein, Gewirtz & Grossman afirmam que vão aos tribunais para recuperar perdas. "A Rosen Law está preparando uma ação coletiva para recuperar as perdas sofridas pelos investidores da Vale", informou comunicado dos advogados enviado a investidores. O escritório diz estar investigando se a mineradora brasileira pode ter "emitido ao público informações de negócios materialmente falsas".

Logo da mineradora brasileira Vale em telão na Bolsa de Valores de Nova York
Logo da mineradora brasileira Vale em telão na Bolsa de Valores de Nova York
Foto: Brendan McDermid / Reuters

"Este é um caso que envolve milhões de ações da companhia e deve ter causado dano a um número muito amplo de investidores", comentou ao Estadão/Broadcast Robert Finkel, sócio do Wolf Popper. Segundo ele, o caso da Vale "é mais forte" que o ocorrido com a Petrobrás e Eletrobrás no âmbito das investigações da Operação Lava Jato, que também resultou em ações coletivas contra as duas estatais na Justiça americana.

"O caso da Vale é mais sério, pois ocorreu falha de medidas de precaução de segurança que provocou mortes, enquanto nos episódios da Petrobrás e Eletrobrás aconteceu corrupção para o benefício dos agentes interessados, mas sem a morte de pessoas", disse Finkel.

Na sexta-feira, os ADRs (um tipo de ação) da Vale caíram 8% na Bolsa de Nova York. Ontem, a queda foi de 18%.

A Vale já foi alvo de dois processos semelhantes nos EUA em 2015 após o acidente da Samarco em Mariana (MG).

Fitch rebaixa nota de crédito da Vale

A agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito em moeda estrangeira da Vale de BBB+ para BBB-, e colocou o rating em observação para um eventual novo corte. Em comunicado divulgado ontem, a Fitch aponta que o rebaixamento reflete a expectativa de que a empresa terá pela frente "pesados custos de reparação como resultado do acidente em Brumadinho".

De acordo com a agência, o corte na nota de crédito da Vale também vem na esteira de expectativas de que as multas contra a empresa serão "substanciais, já que o acidente de mineração ocorreu aproximadamente três anos depois que outra barragem se rompeu (a barragem da Samarco, que tem a Vale como sócia)".

Além disso, a Fitch argumenta que o corte reflete uma expectativa de diminuição da produção da empresa no curto prazo e também o investimento adicional para reforço e outras despesas para garantir a segurança em várias outras barragens da Vale. "O acesso da empresa ao financiamento provavelmente também será prejudicado por conta de preocupações com questões ambientais, sociais e de segurança", afirmou a agência.

Vários bancos e corretoras estrangeiras cortaram as recomendações dos papéis da Vale. "Estamos rebaixando a Vale após a pior tragédia de mineração que testemunhamos com todas as mineradoras que cobrimos desde 2005", disse Jeremy Sussman, da corretora americano Clarkson Securities. Também reduziram recomendações ou abaixaram as ações da Vale os bancos HSBC, Bank of Montreal e o banco de investimento australiano Macquarie, entre outros.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu ontem um segundo processo administrativo para apurar a qualidade da divulgação de informações conduzida pela Vale no desastre da barragem. O primeiro procedimento do tipo tinha sido instaurado na última sexta-feira, dia em que ocorreu o acidente.

Segundo registros da CVM, trata-se de dois processos de supervisão, para análise de notícias, fatos relevantes e comunicados. Nos procedimentos administrativos, a área responsável reunirá e analisará toda a divulgação feita pela empresa em torno do acidente, desde a tarde de sexta-feira. O objetivo é avaliar se o conteúdo e a intempestividade das divulgações condizem com as orientações da autarquia.

Um terceiro processo administrativo foi aberto contra a Vale nesta segunda-feira, motivado por uma reclamação de um investidor pessoa física.

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