Afroempreendedorismo: eles geram empregos pra mulheres negras
Conheça a história de quem empreendeu para complementar a renda e gerar empregos para negros
No Brasil, 51% dos negócios são dirigidos por negros, pretos ou pardos ― segundo a definição de cor e raça do IBGE. Considerando que esse percentual representa mais da metade da população brasileira, 46% deles decidiram empreender por necessidade ou por vocação, mas ambos, com objetivos em comum: gerar renda e ter seu próprio negócio, modificando não só a própria vida como também toda uma estrutura social.
Conheça a história de 5 afroempreendedores que conquistaram seu lugar no mundo dos negócios.
Guilherme Silva (38) e Luciano Almeida (41), formados em fisioterapia e marketing, respectivamente, empreenderam por necessidade. Durante a pandemia, tiveram a ideia de abrir um negócio próprio para complementar a renda. Os colegas de infância, criados na periferia da Zona Sul de São Paulo, juntaram suas economias e abriram o Inaar Midlle East Experience, um restaurante especializado em comida libanesa.
“O racismo é estrutural em nosso país, e nós negros nascidos na periferia convivemos diariamente com essa questão”, afirma Guilherme.
Os ingredientes para o sucesso
Planejamento, perseverança e amor são os ingredientes que os dois afroempreendedores adicionaram para modificarem suas vidas e de cinco mulheres negras que trabalham no restaurante.
Com 57 anos, formado em engenharia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV/MG) e MBA em varejo pela Universidade de São Paulo (USP), Roberto Rangel é um empreendedor que decidiu investir em um negócio previamente testado e aprovado: uma franquia da rede Morana, maior marca de acessórios femininos.
Antes de abrir o próprio negócio, Rangel conta que já havia trabalhado no comércio varejista para grandes multinacionais. Hoje, é dono de três lojas da Morana, emprega cerca de 20 colaboradores e relata que já sentiu na pele os dissabores do racismo.
“O racismo existe de forma velada, pois as pessoas se surpreendem com um negro com formação universitaria e que possui uma carreira internacional”, afirma.
Empreendedorismo com sotaque carioca
Filha de pai preto com mãe branca, graduada em análise e desenvolvimento de sistemas, a carioca Rita Gavinho (32), deixou o cargo que ocupava numa empresa no ramo de distribuição farmacêutica para se tornar dona de uma franquia da Nutty Bavarian.
“Por não ser tão retinta ouço desde criança frases como: ‘você não é tão preta e seu cabelo não é tão ruim!’ Todo o conhecimento que se adquire na vida e em qualquer outra área faz diferença. Se não souber por onde começar, escolha uma franquia que te dê suporte”, declara Rita.
Perserverança também no ramo farmacêutico
Carlos Eduardo Gonçalves, 42 anos, decidiu empreender no segmento farmacêutico, adquirindo uma franquia da rede FarMelhor. Ele conta que optou pela franquia de medicamentos por ser item de primeira necessidade, o que lhe deu segurança para investir no negócio.
Quando questionado se já passou por alguma situação de racismo, Gonçalves é enfático: “Racismo é uma triste realidade que afeta os fracos de espírito. Passo por cima disso com muita facilidade e jamais me deixaria abater”, afirma.
Atualmente, ele emprega dezenas de colaboradores, sendo 30% negros.
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