Clima impactou segunda safra de batata e café no Paraná
Colheitas das duas culturas está praticamente encerrada no estado e com volume inferior ao projetado, segundo o Deral
A colheita de batata da segunda safra está praticamente encerradas no Paraná, restando pouco mais de 150,0 hectares (ha), ainda em desenvolvimento vegetativo na região de Cornélio Procópio a serem contabilizados, frente aos 10,5 mil ha a campo, distribuídos em outras sete regiões, informa o boletim do Deral (Departamento de Economia Rural).
A produção total projetada é de 289,0 mil toneladas (t), 10,4% abaixo das 322,5 mil t previstas no início da safra em tela e em consonância com a redução de 13,5% no rendimento inicial estimado, pois a produtividade estabelecida de 27,5 mil kg/ha ficou aquém dos 31,8 mil kg/ha prévios. Chuvas irregulares, ondas de calor intenso e períodos longos de estiagem contribuíram para estes números.
Café
A safra 2024 de café paranaense está totalmente colhida nos 25 mil hectares ocupados pela cultura, com uma estimativa de produção de 40,2 mil toneladas. Esse volume é 8% inferior ao obtido na safra anterior (43,9 mil), porém tem gerado uma boa renda para o produtor em função da valorização dos preços recebidos.
Fonte: Getty Images
Comercialização do grão segue em alta
A saca de café beneficiado foi comercializada em média por R$ 1.247,17 em setembro, e supera em 73% os valores praticados no mesmo período do ano anterior (R$ 720,57 em set/23). A alta nos preços tem estimulado a comercialização da safra, que em setembro atingia 41% das 670,6 mil sacas produzidas neste ciclo, percentual bastante à frente dos 13% da safra anterior comercializados até setembro de 2023.
Dada essa comercialização mais intensa e com preços maiores, há grande possibilidade do VBP desta cultura superar R$ 750 milhões em 2024, valor 33% maior que os R$ 562,8 milhões obtidos em 2023. Estes R$ 180 milhões de VBP a mais podem amenizar momentaneamente a tendência de retração de áreas dedicadas ao café.
Porém, a longo prazo, a tendência ainda é de encolhimento desta atividade rural em função das dificuldades de sucessão familiar e obtenção de mão de obra, somadas à grande concorrência com a produção de grãos no estado, analisa o Deral (Departamento de Economia Rural do Paraná).
Ainda segundo a instituição, as dificuldades climáticas ainda são presentes, como a marcante frente fria de julho de 2013 que ocasionou uma nova grande erradicação de cafezais no Paraná, que até então ocupavam uma área mais de duas vezes superior à atual (65 mil hectares).
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