Ainda vale a pena comprar imóvel na planta em 2023?
Depois de todas as mudanças que vieram com a pandemia, muita gente se pergunta se isso vale a pena. Vale?
A pandemia trouxe uma enorme quantidade de mudanças de comportamentos e de investimentos. Por isso, não é nenhuma surpresa se as pessoas agora ainda se perguntem se vale a pena comprar um imóvel na planta em 2023.
A resposta não é exatamente simples, mas em linhas gerais é fácil perceber que, sim, investir em um imóvel traz segurança e quase sempre também muitas oportunidades.
O fato é que ter um imóvel próprio é o sonho de muitos brasileiros, mas as incertezas da economia, a inflação e os juros altos podem dificultar muito a realização desse tipo de plano familiar. No entanto, a dúvida maior é sobre comprar um apartamento na planta. Vale mesmo a pena?
O que considerar antes de decidir
Antes de investir na compra de um imóvel na planta, é preciso ter em mente que você não pode ter pressa. Os atrasos são comuns e as parcelas costumam ficar mais caras após a entrega das chaves. Portanto, planejamento é essencial.
Quando você compra um imóvel na planta, na verdade está ajudando a construtora a financiar os custos da obra, que costuma levar uma média de três anos para ser concluída.
Geralmente, o comprador dá uma entrada de 30%, que divide em parcelas mensais, com algumas parcelas extras cobradas semestralmente ou anualmente ― isso varia de acordo com o tipo de contrato.
O restante ― chamado comumente de “saldo devedor” ―, segue algum financiamento contratado pelo comprador e é reajustado com alguma frequência.
Os reajustes são constantes e os valores são corrigidos usando três índices:
- • INCC (Índice Nacional de Custo da Construção Civil) para entrada e saldo devedor;
- • IGP-M (Índice Geral de Preços do Mercado) para finalização e entrega das chaves;
- • TR (Taxa Referencial) para o período após a entrega das chaves.
Quais as vantagens reais de comprar na planta?
A principal vantagem é a valorização do imóvel, especialmente se ele estiver localizado em uma boa região. Trata-se de um investimento que costumeiramente se valoriza muito nos cinco primeiros anos ― que é geralmente também o tempo de garantia dado pelas construtoras para o imóvel.
Além disso, ao comprar na planta você pode personalizar o imóvel de acordo com seu gosto pessoal, especialmente portas, azulejos e revestimentos.
E quais as desvantagens?
Aqui mais uma vez o planejamento é primordial, pois muitas vezes as vendas são baixas e a construtora acaba vendendo o imóvel pronto por um valor mais baixo do que ele tinha quando estava na planta. Com a lei da oferta e da demanda, os preços caem e quem investiu na planta sai perdendo.
Outra desvantagem muito comum são os atrasos na obra, que dependendo do histórico da construtora, podem ser muito comuns. Pesquise outras obras da construtora e informe-se se ela costuma atrasar. Isso pode fazer toda a diferença se você planeja morar no imóvel.
Existe mais uma desvantagem que geralmente desaponta o comprador: o apartamento entregue não se parece em nada com o que foi apresentado nas maquetes e nos belos modelos em 3D. Mas esse é um risco que qualquer um que compra na planta está correndo naturalmente.
E se a construtora não entregar no prazo?
Como os atrasos são comuns, a questão aqui é dimensionar o tamanho do atraso. Pela Lei do Distrato (nº 13.786/18), se as obras atrasarem até 180 dias do combinado não há punições para a construtora. Acima desse prazo, o compador recebe 1% do valor já pago para cada mês de atraso.
A outra opção é pedir a rescisão do contrato e receber todo o valor já pago do contrato. Mas se o comprador desistir da compra sem que tenha havido atrasos na entrega da obra, entre 25% a 50% do valor já pago ficará para a construtora.