Alimentos continuam a pressionar e inflação é de 0,56% em março
Apesar da desaceleração da inflação em comparação a fevereiro, todos os grupos de produtos e serviços tiveram alta em março
A inflação desacelerou para 0,56% em março, com Alimentação e bebidas liderando a pressão, enquanto o IPCA acumulado em 12 meses subiu para 5,48%, acima da meta de 3%. Destacam-se altas no tomate (22,55%), ovos (13,13%) e combustíveis em desaceleração.
A inflação desacelerou para 0,56% em março, após registrar alta de 1,31% em fevereiro.
Todos os grupos de produtos e serviços tiveram alta no mês, mas Alimentação e bebidas continua a exercer a maior pressão inflacionária, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta sexta-feira, 11, pelo IBGE.
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No acumulado dos últimos 12 meses, o índice passou para 5,48% em março, acima dos 5,06% do mês anterior. Com isso, a taxa permanece acima da meta da inflação, que é de 3%, com intervalo de tolerância até 4,5%. No ano, o IPCA acumula alta de 2,04%.
O grupo Alimentação e bebidas respondeu por 45% do índice do mês. As principais altas foram no tomate (22,55%), café moído (8,14%) e ovo de galinha (13,13%), que juntos responderam por um quarto da inflação de março. O café moído já acumula uma alta de 77,78% nos últimos 12 meses.
“Para o tomate, com o calor dos meses de verão, houve uma aceleração na maturação, levando a antecipação da colheita em algumas praças. Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços. Para os ovos, houve aumento por conta do custo do milho, base da ração das aves, além de estarmos no período de quaresma, com maior demanda por essa proteína”, explica Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.
Já o café moído acumula uma alta de 77,78% nos últimos 12 meses, “impulsionada pelo aumento do preço no mercado internacional dada a redução de oferta do grão em escala mundial, com a quebra de safra no Vietnã devido a adversidades climáticas, as quais também prejudicaram a produção interna”, destaca o gerente.
O grupo Transportes, com variação de 0,46%, teve o segundo maior impacto em março, mas desacelerou em relação a fevereiro (0,61%). O resultado foi influenciado pelo aumento da passagem aérea, que registrou o terceiro maior impacto individual no índice, ao passar de -20,46% em fevereiro para 6,91% em março.
Por outro lado, os combustíveis (0,46%), desaceleraram em relação ao mês de fevereiro (2,89%). A gasolina variou 0,51% ante os 2,78% do mês anterior, o óleo diesel 0,33% ante 4,35% e o etanol 0,16% ante 3,62%. Já o gás veicular acelerou de -0,52% em fevereiro para 0,23% em março.
Destaca-se, ainda, no grupo dos transportes, a redução de 1,09% nos ônibus urbano, que comtempla o reajuste em tarifas de Porto Alegra e reduções e gratuidades, aos domingos e feriados, em Curitiba e Brasília, respectivamente.
O terceiro maior impacto no IPCA e segunda maior variação veio de Despesas pessoais, que passou de 0,13% em fevereiro para 0,70% em março. “A aceleração em relação a fevereiro foi puxada pelo subitem cinema, teatro e concertos (7,76%), com o fim da semana do cinema que deu descontos nos ingressos em fevereiro”, explica o gerente.
Já o grupo Habitação, que havia subido 4,44% em fevereiro, passou para 0,24% em março. A energia elétrica residencial, subitem de maior peso no grupo, desacelerou dos 16,80% do mês anterior para 0,12% em março. “Compõem essa variação o reajuste em uma das concessionárias do Rio de Janeiro e aumentos e reduções nas alíquotas de Pis/Cofins das concessionárias”, explica Gonçalves.
Quanto aos índices regionais, a maior variação (0,76%) ocorreu em Curitiba e Porto Alegre por conta da alta da gasolina (1,84% e 2,43%, respectivamente). A menor variação ocorreu em Rio Branco (0,27%) em razão da queda nas passagens aéreas (16,01%) e, em Brasília (0,27%) com a redução de 24,18% no ônibus urbano.