Aluguel: com juros elevados, metro quadrado atinge preço recorde em seis capitais
Os últimos 12 meses foram marcados por uma alta dos preços de aluguel nas principais capitais do País
Os aluguéis aumentaram nas principais capitais brasileiras em 2023. O mais caro é o Leblon, no Rio de Janeiro, com R$ 106,4/m². A Vila Olímpia, em São Paulo, fechou o ano com o metro quadrado a R$ 95,30.
Os últimos 12 meses foram marcados por uma alta dos preços de aluguel nas principais capitais do País. Os dados do Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb revelam que São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Brasília fecharam 2023 com o maior preço do metro quadrado já visto em toda a série histórica, iniciada em 2019.
Bairros nobres, como Ipanema e Leblon no Rio de Janeiro, e o Setor de Clubes Esportivos Sul em Brasília, encabeçam a lista de mais valorizados no ano passado. O levantamento mostra que regiões que já lideram o ranking das mais caras se tornaram ainda mais caras no último ano.
No Leblon, o preço passou dos R$ 100, algo inédito para as regiões de todas as cidades analisadas pelo indicador. O bairro fechou o ano com o preço médio do metro quadrado a R$ 106,4 – o mais caro do Brasil, entre todas as capitais mapeadas. A Vila Olímpia, em São Paulo, fechou o ano com o metro quadrado a R$ 95,30.
Entre as capitais, São Paulo é a cidade com o maior valor do metro quadrado, com média de quase R$ 60. “A alta taxa de juros, que perdurou até agosto acima da casa dos 13%, fez com que muitas pessoas deixassem o sonho da casa própria de lado. Isso aqueceu ainda mais a demanda pelo aluguel e puxou os preços para cima”, explica Thiago Reis, gerente de Dados do Grupo QuintoAndar.
Raio X dos preços (do m² em cada cidade)
- São Paulo: R$ 59,82 — alta de 9,47%;
- Brasília: R$ 43,46 — alta de 12,24%;
- Rio de Janeiro: R$ 39,09 — alta de 14,11%;
- Curitiba: R$ 36,43 — alta de 21,03%;
- Belo Horizonte: R$ 33,73 — alta de 22,88%;
- Porto Alegre: R$ 32,12 — alta de 13,83%.
Embora a alta registrada em 2023, o movimento de subida dos preços dos aluguéis vem perdendo força com a queda da Selic, a taxa básica de juros da economia brasileira. Com juros menores – atualmente a taxa está a 11,75% ao ano, mas com expectativa do mercado de 9% ao fim de 2024 –, o consumidor fica mais propenso a entrar em financiamentos, aumentando o estoque de imóveis disponíveis para a locação.