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Aluguel em alta leva famílias a gastar 5,85% mais com cesta de consumo em 12 meses, diz FGV

Porcentual do novo índice de inflação desenvolvido pela Fundação Getulio Vargas supera os 4,24% da inflação oficial no Brasil para o período

26 set 2024 - 13h26
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RIO - A inflação oficial no Brasil foi de 4,24% nos 12 meses encerrados em agosto deste ano. No entanto, as famílias brasileiras sentiram um aumento efetivo no custo de vida mais agudo, alta de 5,85% no período, apontou o Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF), novo índice de inflação desenvolvido pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

O cálculo considera os gastos efetivos feitos pelos consumidores brasileiros, que conseguem ou não driblar parte dos aumentos de preços na economia através de substituições na cesta de consumo.

O Índice de Preços dos Gastos Familiares (IPGF) registrou alta de 0,50% em agosto, ante uma redução de 0,02% vista no mês pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo André Braz, coordenador dos Índices de Preços do Ibre/FGV, a taxa de inflação acumulada pelo IPGF costuma rodar abaixo do IPCA, historicamente, por conta das substituições de itens na cesta de consumo pelas famílias.

"O IPGF tende a não superestimar tanto a inflação quanto os índices tradicionais", frisou Braz. "O IPGF está acima (do IPCA) por conta do aluguel residencial", justificou.

A disparada do aluguel é a principal razão do atual distanciamento entre a taxa de inflação acumulada pelo IPGF e pelo IPCA, segundo o estudo
A disparada do aluguel é a principal razão do atual distanciamento entre a taxa de inflação acumulada pelo IPGF e pelo IPCA, segundo o estudo
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

O pesquisador explica que o IPGF adota o Índice de Variação de Aluguéis Residenciais (Ivar), da própria FGV, para o acompanhamento da variação dos alugueis residenciais. Nos 12 meses terminados em agosto, o aluguel residencial acumula um aumento de 9,97%. Já pelo IPCA, apurado pelo IBGE, a alta acumulada no aluguel residencial em 12 meses foi de 3,04% em agosto.

"A gente está num momento de juros mais elevado, o mercado de trabalho também está generoso, está com a taxa de desemprego baixa. Então com um juro alto e taxa de desemprego baixa, o indivíduo prefere alugar, não comprar. Não vou me endividar com a taxa de juros alta, eu prefiro alugar", exemplificou Braz. "Como o aluguel é uma despesa que pesa muito nos índices de inflação, as famílias não têm como abrir mão dessa despesa, ela acaba influenciando muito o resultado desse indicador."

Para o economista, a disparada do aluguel é a principal razão do atual distanciamento entre a taxa de inflação acumulada pelo IPGF e pelo IPCA. Ele acrescenta que, se excluída a variação de preços do aluguel residencial do IPGF, o resultado do índice em 12 meses fica em patamar semelhante ao do IPCA.

A taxa em 12 meses do IPGF sem o resultado de aluguel residencial teria sido de 4,05% em agosto. Se adotada a variação do aluguel residencial apurada pelo IPCA, a taxa do IPGF em 12 meses teria sido de 4,79% (ante um resultado de 4,24% visto pelo IPCA nos 12 meses terminados em agosto de 2024).

"Então mostra que o descolamento não é generalizado", completou Braz.

Sob a influência do aluguel residencial mensurado pelo Ivar da FGV, o IPGF acumulou uma taxa de 4,97% de janeiro a agosto de 2024, enquanto o IPCA ficou em 2,85%.

O IPGF usa dados do Consumo das Famílias no Sistema de Contas Nacionais do IBGE, compilados e projetados pelo Monitor do PIB da FGV, para atualizar mensalmente o peso dos itens na cesta de produtos e serviços cujos preços são investigados. A intenção é que o índice reflita a inflação a partir de uma cesta de consumo móvel, que se adapte automaticamente às alterações de preferência do consumidor ao longo do tempo.

Estadão
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