Alvo de Bolsonaro, China comprou 1/3 das exportações do agro
País asiático respondeu por 33,7% do total das vendas externas em 2020 , comprando, principalmente, soja em grãos, carne bovina e celulose
BRASÍLIA - Alvo constante de críticas do presidente Jair Bolsonaro e seus filhos, a China fechou o ano de 2020 como o maior comprador do agronegócio brasileiro.
Segundo o boletim da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), a China foi o principal destino dos produtos nacionais, respondendo por 33,7% do total das vendas externas no ano passado. Os itens mais embarcados para o país asiático foram soja em grãos, carne bovina in natura e celulose.
Desde o início do governo, Bolsonaro e seus filhos não têm poupado críticas aos chineses, inicialmente por suposto interesse em comprar as terras do Brasil, depois pela oferta da tecnologia 5G e, mais recentemente, pela produção da vacina CoronaVac. As declarações já levaram a diversas manifestações da Embaixada Chinesa no Brasil.
As exportações do agronegócio nacional alcançaram a cifra de US$ 100,8 bilhões em 2020, um crescimento de 4,1% em relação a 2019. Trata-se do segundo maior valor em dez anos. O resultado garantiu uma balança comercial positiva para o Brasil, com saldo recorde de US$ 87,8 bilhões, segundo as informações da CNA.
Os dados compilados a partir de informações do Ministério da Economia apontam que a soja em grãos foi o principal produto da pauta exportadora, com participação de 28,3% do total e receita de US$ 28,6 bilhões, resultado 9,6% superior que 2019.
A lista dos cinco produtos mais vendidos inclui carne bovina in natura (US$ 7,4 bilhões), açúcar de cana (US$ 7,4 bilhões), celulose (US$ 6 bilhões) e farelo de soja (US$ 5,9 bilhões).
A União Europeia foi o segundo principal mercado, com participação de 16,2% dos embarques, com destaque para farelo de soja, soja em grãos e café verde. Os Estados Unidos tiveram a terceira colocação, com parcela de 6,9%. Celulose, café verde e álcool etílico foram os produtos mais embarcados para o território americano.
Os lácteos somaram US$ 75,7 milhões em 2020 e, após sucessivas quedas entre 2017 e 2019, apresentaram elevação de 32,8% frente ao ano anterior. Os principais produtos exportados foram queijos (US$ 18,9 milhões), leite condensado (US$ 18,1 milhões), creme de leite (US$ 16,5 milhões), leite modificado (US$ 11,5 milhões) e leite em pó (US$ 3,8 milhões). Somados, eles representaram 91% das vendas externas do setor.