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Americanas encerra sites e apps do Submarino e Shoptime e integra serviços à sua marca principal

Nova estratégia digital da companhia tem a intenção de fazer de seu shopping virtual um ambiente de lojas oficiais de grandes marcas

2 jul 2024 - 22h19
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A Americanas, em recuperação judicial, decidiu integrar os sites e os aplicativos do Shoptime e do Submarino à marca principal da companhia. A iniciativa faz parte da nova estratégia digital da empresa, que tem a intenção de fazer de seu shopping virtual um ambiente de lojas oficiais de grandes marcas.

Segundo a companhia, a decisão contemplou o alinhamento com a nova estratégia de negócios, que foca em uma operação mais ágil, rentável e eficiente. "A companhia ressalta que a integração acelera seu plano de transformação e foco, oferecendo novas possibilidades para clientes, parceiros, fornecedores, acionistas e investidores", diz a varejista em nota.

A marca Americanas, sob a qual o Shoptime e o Submarino serão integradas, carrega maior tráfego, volume de clientes, lojas e lojas virtuais.

A empresa reduziu substancialmente seu comércio eletrônico após a nova gestão da companhia adotar uma postura voltada para a rentabilidade. A visão, daqui para frente, é que a operação digital deva ficar em cerca 20% das vendas da companhia, ainda queimando um pouco de caixa nos próximos anos. No passado, o braço virtual chegou a representar até mais de 50% do negócio.

Lojas Americanas tenta se recuperar após revelação de fraude bilionária nas contas da companhia em janeiro de 2023
Lojas Americanas tenta se recuperar após revelação de fraude bilionária nas contas da companhia em janeiro de 2023
Foto: Pedro Kirilos / Estadão / Estadão

Na nova estratégia, segundo pessoas que participam do redesenho do negócio, o esperado é que as mercadorias de terceiros representem 95%, ou mais, das vendas digitais, com foco em lojas oficiais de grandes marcas que são fornecedoras chave da varejista. Os grandes lojistas, como Samsung e Nestlé, devem ser cerca de três quartos ou mais do shopping virtual da Americanas.

No último balanço divulgado, que soma os dados dos primeiros 9 meses de 2023, as vendas digitais foram cerca de 29% do total da varejista, com R$ 4,8 bilhões de volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês). Trata-se de uma grande mudança em relação ao período anterior à crise na empresa. Na comparação com o mesmo período de 2022, o resultado representa uma queda de 77% no volume.

O encolhimento da operação digital é uma virada de chave relevante para o negócio. Assim como na maior parte das varejistas pelo mundo, a iniciativa era uma das maiores apostas do grupo, que tem como acionistas de referência os bilionários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira.

Em 2006, uma fusão entre a Americanas.com e o Submarino criou a B2W, que foi listada separadamente da Lojas Americanas na B3 até julho de 2021. Com dificuldade de se tornar rentável e com a pressão do mercado para que a empresa integrasse as operações físicas e digitais, a B2W foi então incorporada à Americanas SA.

Reformulação

Segundo dados de mercado que mesclam diferentes fontes de pesquisa, a Americanas passou de uma fatia de 18% do mercado de marketplace (modelo em que a companhia cede seu espaço virtual para a venda de lojistas terceiros), para 2%, no período de 2020 a 2024.

Em recuperação judicial e após descobrir uma fraude de resultados que maquiava uma queima de caixa gigantesca na operação digital, a empresa já não teria condições de competir nesse segmento. A ideia, então, foi buscar um formato parecido com o do Tmall, do grupo chinês Alibaba, que abriga as lojas oficiais de marcas relevantes. Nesse sentido, a Americanas tem buscado fornecedores chave e oferecido a eles um novo tipo de contrato para vender seus produtos diretamente ao consumidor, por meio da plataforma da varejista.

Estadão
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