'Americanas tem que parar de vender bombons e se recriar'
Especialista em recuperação judicial explica que a hora é de recriar e tentar uma reconciliação com seus credores
Em meio a escândalos sobre o rombo de R$ 40 bilhões que foi recém-descoberto, o futuro da Americanas ainda está incerto. Os bancos estão receosos nas negociações e o mercado financeiro descredibilizando a marca. Com o intuito de conseguir quitar a dívida, o Grupo entrou com pedido de Recuperação Judicial.
Douglas Duek, um dos maiores especialistas em Recuperação Judicial do Brasil analise que o futuro da Americanas é incerto, mas há esperança a partir de uma recuperação judicial e relação transparente com os credores.
“O varejo hoje está em uma situação muito difícil. É um setor muito criticado tanto do B2B quanto no B2C. No caso da Americanas, o foco agora é se recriar, colocar novos produtos, serviços, agregando valor de uma forma diferente. Então, não dá para ficar vendendo bombons nas lojas onde também pagam aluguel porque hoje ela já não tem a mesma margem e lucratividade que tinha no passado”, diz Douglas.
Hora de se reconciliar com os credores
Duek explica que, além de se recriar, a Americanas precisa mudar a forma de fazer mercado e tentar uma reconciliação com seus credores que se sentem expostos e até traídos.
O especialista ressalta que nos últimos 10 ou 15 anos, o Grupo já vem seguindo uma linha progressiva prejuízo e de margem de lucro ruim, por isso é precisa de uma virada de chave e transformação de marca para que exista um futuro.
“A Americanas vai ter que se recriar para aumentar essa margem de contribuição drasticamente e renegociar suas dívidas dentro da recuperação judicial para ficar menor e mais fácil de pagar esses R$40 bilhões em dívidas, buscando uma viabilidade que agora não existe”, ressalta.
Douglas aconselha que para empresas que estão inseridas em uma situação deste tipo, a melhor saída é a recuperação judicial.
“Empresas nessa situação precisam de um processo de recuperação judicial sólido e transparente, pois fora dele é muito difícil, quase impossível, conseguir quitar as dívidas e se levantar”, finaliza.
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