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ANM interdita complexo minerário Gongo Soco, da Vale, por risco de rompimento

17 mai 2019 - 20h47
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A Agência Nacional de Mineração (ANM) determinou a interdição do complexo minerário Gongo Soco, da Vale, no município de Barão de Cocais, devido a riscos de rompimento iminente do talude da cava da mina, segundo comunicado nesta sexta-feira.

Logotipo da Vale. 4/2/2019. REUTERS/Washington Alves
Logotipo da Vale. 4/2/2019. REUTERS/Washington Alves
Foto: Washington Alves / Reuters

A mineradora disse na noite de quinta-feira que está monitorando a estrutura 24 horas por dia e que "existe a possibilidade de deslizamento do talude norte da cava", mas destacou não ver evidência no momento de "processo de deformação na barragem".

Moradores das proximidades da mina já foram evacuados da região ainda em fevereiro, após um alerta de risco, mas na ocasião a Vale afirmou que a medida era preventiva e ocorreu após consultoria negar declaração de estabilidade da barragem.

A ANM afirmou que foi acionada pela Vale em 13 de maio, acrescentando que o talude norte da cava da mina está se deslocando a uma velocidade de 5cm por dia, o que poderia levar a um rompimento do talude "entre os dias 19 e 25 de maio" caso a aceleração continue.

"É bom lembrar que o que corre risco de rompimento é o talude da cava e não a barragem, que fica a 1,5 km de distância da cava. O risco é que a vibração gerada pelo rompimento do talude seja gatilho e influencie na segurança da barragem Sul Superior. Mas isso não se tem como prever", explicou em nota o chefe da Divisão de Segurança de Barragens de Mineração da ANM, Wagner Nascimento.

A ANM afirmou que também notificou a Vale e determinou que a empresa tome providências emergenciais, como suspender imediatamente o tráfego do trem de passageiros no trecho do viaduto próximo à jusante da cava, monitorar por vídeo em tempo real as barragens e o deslocamento do talude e apresentar estudo de comportamento da possível onda gerada pelo rompimento do talude norte, avaliando seu impacto.

A ANM disse que há possibilidade de a vibração do impacto do rompimento do talude não afetar a estrutura da barragem. Caso ela se rompa, no entanto, a onda de inundação chegaria em Barão dos Cocais em cerca de uma hora.

A agência destacou ainda que a zona de auto salvamento -- onde não é possível realizar resgate imediato pela Defesa Civil -- já foi evacuada desde fevereiro.

Em nota, a Vale disse que tem mantido as comunidades locais informadas sobre a situação do talude da mina e que realizará um simulado de emergência com moradores no sábado. A empresa também disse que a mina está paralisada desde 2016.

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